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Polícia prende traficantes que dominavam três condomínios do bairro Restinga, na Zona Sul de Porto Alegre. Quem não seguia as leis dos criminosos era punido de forma violenta

Operação foi realizada em três condomínios na Restinga. (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (06), a Operação Reintegro no bairro Restinga, na Zona Sul de Porto Alegre, para coibir o tráfico de drogas, roubos, extorsões e expulsão de moradores em condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida. Durante o cumprimento dos mandados, um adolescente foi apreendido e três bandidos foram presos.

Uma arma, munições, celulares e botijões de gás foram apreendidos. As investigações duraram oito meses e foram desencadeadas a partir de denúncias relativas a esses crimes cometidos dentro de três condomínios, um deles com 416 apartamentos, outro com 183 casas e um terceiro com 352 apartamentos, inaugurado há poucos meses. Por meio de vários relatos de vítimas, testemunhas e até mesmo por denúncias anônimas, a polícia verificou o quadro dramático vivenciado por pessoas que buscavam a realização do sonho de ter sua casa própria.

Segundo a delegada Shana Hartz, leis próprias e regime de silêncio e medo foram impostos dentro dos condomínios, levando dezenas de moradores a abandonar suas casas, por vezes sem direito a levar nada consigo e com suas vidas ameaçadas. Os moradores dos condomínios eram obrigados a comprar gás em um depósito organizado pela facção, além de ter que pagar uma taxa para conseguir acessar suas próprias correspondências. Os policiais cumpriram 96 mandados de busca e apreensão distribuídos entre os três condomínios.

Além das buscas nos apartamentos e casas, foi realizado um recadastramento dos moradores, visando averiguar qual o paradeiro do beneficiário do apartamento ou casa e se o imóvel permanece com o proprietário ou foi invadido, tomado ou até mesmo comercializado. “Esse recadastramento irá auxiliar outros órgãos públicos, como Defensoria Pública, Promotoria Pública e Departamento Municipal de Habitação, a ajuizarem as ações cabíveis para retomada do imóvel. Também possibilitará que o beneficiário que tenha sido expulso de seu imóvel possa ter seu nome novamente inscrito em programas governamentais habitacionais”, disse a delegada.

De acordo com ela, a Polícia Civil retornará aos condomínios em datas e unidades aleatórias para continuar o recadastramento dos moradores e averiguar quem está de posse dos imóveis. “Consideramos a operação apenas um início, pois a ação de retomada e reintegração terá continuidade”, concluiu Shana.

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