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Presidente da Câmara dos Deputados acusa o procurador-geral da República de parcialidade e fala em “covardia” contra a família

Cunha voltou a colocar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot (foto), na mira de uma série de ataques (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Apontando para uma omissão “proposital” sobre os outros nomes envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), questionou, na sexta-feira, a demora na apresentação das demais denúncias contra as dezenas de políticos citados na investigação.

Em nota divulgada para rebater as mais recentes acusações contra si, Cunha voltou a colocar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na mira de uma série de ataques. Ele ainda disse que os ministros petistas Aloizio Mercadante (Educação) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) recebem um tratamento diferenciado ao ter pedidos de inquérito mantidos sob sigilo – o que não acontece com ele.

A nova nota do presidente da Câmara foi divulgada após virem à tona informações do Ministério Público da Suíça, que mostram documentos pessoais de Cunha, como o passaporte e o visto norte-americano, sendo usados para a abertura de contas no exterior. De acordo com a PGR (Procuradoria-Geral da República), o peemedebista era beneficiário de quatro contas que receberam valores equivalentes a 23 milhões de reais nos últimos anos.

“O presidente volta a formular as perguntas que não querem calar: onde estão as demais denúncias? Cadê os dados dos demais investigados? Como estão os demais inquéritos? Por que o PGR tem essa obstinação pelo presidente da Câmara, agora, covardemente, extensiva a sua família?”, questionou. E continuou: “A quem interessa essa atuação parcial do PGR? Onde está a responsabilização dos verdadeiros culpados pela corrupção da Petrobras? A sociedade brasileira gostaria de conhecer essas respostas”.

O peemedebista evitou dar explicações sobre as possíveis contas no exterior e, em pouco mais de uma linha da nota, disse apenas que reitera o que declarou, de forma espontânea, à CPI da Petrobras. Mesmo sem ser convocado, o parlamentar foi ao colegiado no dia 12 de março para falar sobre as acusações que pesavam contra ele e, aos deputados, negou ter outras contas.

“Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar a não ser a conta que está declarada no meu imposto de renda”, afirmou. Cunha ainda considerou “estranha a aceleração de procedimentos” às vésperas de decidir sobre os requerimentos de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

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