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Presidente da Câmara dos Deputados diz que há uma manobra do governo e do PT para que pensem que ele é o líder do escândalo dos desvios na Petrobras

Documentos de acesso restrito a Janot vazaram. Foto Fellipe Sampaio/STF

Confrontado com a divulgação de relatório do Ministério Público suíço mostrando que usou contas secretas na Suíça para pagar faturas milionárias de cartões de crédito internacional e despesas pessoais da família na Inglaterra, na Espanha e nos EUA, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostrou disposição de reagir a suspeita de que Planalto e PT articulam para que seja execrado e visto como o líder do escândalo de desvios da Petrobras, minimizando a participação de dirigentes do PT.

“Piada achar que eu sou o personagem da Lava-Jato”, reagiu em mensagem por telefone. Cunha disse ser muito estranho não ter ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo Dilma. “À evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles, e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobras”, disse, reclamando do que chamou de divulgação seletiva.

Os advogados do presidente da Câmara divulgaram nota para criticar o vazamento de documentos que apenas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teve acesso, e protestar contra a inclusão da esposa do deputado, Cláudia Cruz, e da filha Danielle, não incluídas na investigação sobre seu envolvimento na Operação Lava-jato. Os advogados Marcelo de Castro e Alexandre José Garcia de Souza também protestam contra a quebra de sigilo pelas instituições bancárias suíças.

A nota diz que, “sem que isso signifique a admissão de qualquer irregularidade, é de se estranhar que informações protegidas por sigilo – garantido tanto constitucionalmente, como também pelos próprios tratados de cooperação internacional – estejam sendo ostensivamente divulgadas pela imprensa”. Segundo os advogados, até o momento, Cunha não teve acesso a procedimento investigativo que tenha por objeto atos ou condutas de sua responsabilidade.

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