Na manhã desta quinta-feira (22), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro, defendeu punições para institutos de pesquisas que “erram demasiado ou intencionalmente para prejudicar qualquer candidatura”. A manifestação ocorreu no perfil do Twitter do político.
Bolsonaro vem questionando as pesquisas de intenção de votos. Em Londres, o presidente voltou a dizer que não acredita nos dados divulgados. “Eu digo: se eu tiver menos de 60% dos votos, algo de anormal aconteceu no TSE, tendo em vista obviamente o ‘Datapovo’ que você mede pela quantidade de pessoas que não só vão nos meus eventos bem como nos recepcionam ao longo do percurso até chegar ao local do evento”.
Em suas redes sociais, Lira afirmou que não há justificativas para as grandes divergências apresentadas em pesquisa de intenção de votos de diferentes institutos. “Alguém está errando ou prestando um desserviço. Urge estabelecer medidas legais que punam os institutos que erram demasiado ou intencionalmente para prejudicar qualquer candidatura. Não podemos permitir que haja manipulações de resultados em pesquisas eleitorais. Isso fere a democracia”, afirmou Lira.
Depois da repercussão da fala, Lira voltou às redes sociais e declarou: “Não acusei nenhum instituto de manipular pesquisa. Apenas, como milhares de brasileiros, não entendo tantas divergências de números. Devemos agir dentro da legalidade para evitar manipulações. Quem vestiu a carapuça precisa se explicar”. A postagem de Lira no Twitter veio acompanhada de um link para matéria do jornal Folha de S. Paulo sobre as Eleições 2022: Lira endossa Bolsonaro, lança insinuações sobre pesquisas e pede punição a institutos.
Pesquisador agredido
A crítica do deputado ocorre um dia depois de um pesquisador do Datafolha ser agredido com socos e pontapés por um bolsonarista, na tarde de terça-feira (20), em Ariranha, cidade de 9,8 mil habitantes, na região norte do Estado de São Paulo.
O profissional do instituto entrevistava um morador local quando um homem, identificado como Rafael Bianchini, se aproximou e, aos gritos, passou a exigir que também fosse ouvido na pesquisa. “Só pega Lula e vagabundo”, disse o agressor, no meio da rua.
Pelo Twitter, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se solidarizou com o funcionário agredido e chamou a agressão de “mais um ato suspeito de violência política”. “Manifesto minha solidariedade ao pesquisador do Datafolha que foi agredido, de forma covarde, enquanto realizava o seu trabalho em Ariranha, São Paulo, em mais um ato suspeito de violência política. Devemos todos combater o ódio que vai contra os princípios básicos da vida em sociedade e em uma democracia”, postou o presidente do Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e dos perfis de Lira e Pacheco no Twitter.