O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou a Polônia nesta quarta-feira (5), após o mais recente anúncio de ajuda militar dos Estados Unidos e no momento em que as tropas russas mantêm esforços na batalha para tomar a cidade oriental de Bakhmut.
Zelensky viajou para a Polônia para agradecer a um dos mais leais aliados de seu país pelo apoio na luta contra a invasão russa.
“Gostaria de dizer aos nossos parceiros, que estão constantemente buscando compromissos em nosso caminho para a Otan, que a Ucrânia será inflexível neste ponto”, declarou Zelensky. “Agradeço à Polônia por nos acompanhar nesta caminhada”, acrescentou.
A Polônia defenderá a adesão da Ucrânia na Otan na próxima cúpula da Aliança Atlântica em julho, anunciou o presidente polonês, Andrzej Duda, ao receber seu colega ucraniano.
“Estamos tentando obter para a Ucrânia (…) garantias adicionais de segurança que reforcem seu potencial militar, que também reforcem o sentimento de segurança do povo ucraniano”, disse Duda à imprensa após se encontrar com Zelensky.
Enquanto isso, o presidente francês, Emmanuel Macron, estava visitando a China depois que ele e o presidente dos EUA, Joe Biden, concordaram que tentariam envolver Pequim para acelerar o fim do ataque russo à Ucrânia, que está em seu segundo ano. Pequim pediu um cessar-fogo abrangente e descreveu sua posição sobre o conflito como “imparcial”.
Os EUA prometeram na terça-feira mais 2,6 bilhões de dólares em assistência militar para o governo de Zelensky, incluindo três radares de vigilância aérea, foguetes antitanque e caminhões de combustível, levando a ajuda militar prometida do país à Ucrânia a mais de 35 bilhões de dólares.
A embaixada de Moscou em Washington acusou os EUA de querer prolongar o conflito o máximo possível, segundo a agência de notícias russa TASS.
O Ocidente intensifica a ajuda enquanto as forças ucranianas se preparam para montar uma contraofensiva no leste diante das forças russas, embora não tenha sido divulgado exatamente quando isso pode começar.
A Espanha disse que seis tanques Leopard 2A4 que prometeu enviar para a Ucrânia deixarão o país na segunda quinzena de abril, mais tarde do que o planejado inicialmente. A Espanha também treinou 40 tripulantes de tanques e 15 mecânicos em uma base militar na cidade de Zaragoza, no nordeste do país.
Outros países da Otan, incluindo Alemanha, Polônia e Portugal, prometeram enviar um total de 48 tanques Leopards 2 para a Ucrânia.
O foco do campo de batalha permanece em Bakhmut, uma cidade de mineração e centro de transporte na periferia da província de Donetsk em grande parte sob controle russo. Ambos os lados sofreram pesadas baixas e grande parte da cidade foi reduzida a ruínas após meses de combates e bombardeios.
Perto da cidade de Niu-York, 50 quilômetros ao sul de Bakhmut, soldados ucranianos em abrigos lamacentos disseram repelir ataques russos diariamente.
“Eles se aproximam, atiram e tentam nos exaurir. Depois avaliam a situação e podem avançar um pouco mais”, disse à Reuters o comandante da unidade de infantaria, pedindo para ser identificado como “Bodia”.
“Enquanto isso, tentamos deixá-los se aproximar de nós para que possamos atingi-los com mais precisão.”
Os comandantes militares ucranianos têm enfatizado a importância de manter Bakhmut e outras cidades e infligir perdas antes da contraofensiva prevista.
O Estado-Maior ucraniano disse em um relatório: “Não houve trégua nas ações inimigas destinadas a invadir a cidade de Bakhmut. Pelo menos 20 ataques inimigos foram repelidos apenas aqui nas últimas 24 horas.”
Mercenários do grupo russo Wagner – que lidera o ataque a Bakhmut – disseram no fim de semana que capturaram o centro da cidade, uma alegação rejeitada por Kiev.
O Instituto para o Estudo da Guerra, com sede nos EUA, afirmou que os combatentes Wagner fizeram avanços em Bakhmut e provavelmente continuarão tentando consolidar o controle do centro da cidade e avançar para o oeste através de áreas urbanas densas. As informações são da agência de notícias AFP e da CNN.
