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Presidente do Senado pressiona colegas a votar contra Jorge Messias para ministro do Supremo

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou a aliados ter 60 votos para rejeitar a indicação de Jorge Messias. (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)

Um episódio envolvendo Jorge Messias deu a dimensão do problema do Planalto na articulação política. Um senador que o indicado de Lula para o STF havia acabado de visitar recebeu, pouco depois da conversa no gabinete, telefonema de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Na ligação, foi pressionado pelo presidente da Casa a votar contra Messias — e assim prometeu fazer. A notícia ruim para o chefe da AGU é que a cena não é um caso isolado.

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou a aliados ter 60 votos para rejeitar a indicação de Jorge Messias para o STF (Supremo Tribunal Federal) no plenário. Mesmo que o governo obtenha os apoios necessários, ele sinalizou que encurtaria o tempo de votação para evitar que haja o mínimo necessário para Messias assumir o cargo.

A pressão representa um passo a mais na movimentação do presidente do Senado contra o indicado por Lula. Alcolumbre fez campanha aberta pelo nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga.

Senadores ouvidos pela reportagem dizem acreditar que os 60 votos mencionados pelo senador do Amapá são um exagero —e que ele pode estar querendo vender caro o seu apoio—, mas reconhecem haver maioria contra Messias.

A dois aliados, Alcolumbre afirmou que o governo terá que “apostar uma corrida” para ver quem serão os primeiros 41 senadores a registrarem o voto no plenário porque encerrará a votação pouco depois do quórum ser atingido. A postura seria diferente da verificada na aprovação de autoridades na semana passada, quando ele esperou que mais de 70 senadores votassem antes de proclamar o resultado.

O indicado pelo presidente da República para o cargo de ministro do STF precisa do voto favorável de 41 dos 81 senadores para ser aprovado, a maioria absoluta do plenário. Qualquer placar abaixo disso levará à rejeição do nome, algo que não ocorre desde o fim do século 19, quando cinco escolhidos pelo ex-presidente Floriano Peixoto foram derrotados.

No caso do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, que também precisava do apoio de 41 senadores, a aprovação durou 16 minutos, com 45 votos a favor e 26 contra. O placar apertado, de apenas quatro votos a mais do que o necessário, foi visto como um recado sobre a indicação para o STF. O Palácio do Planalto preferiu apontar a ausência de quatro governistas para sustentar que a margem poderia ser maior. Com informações da Revista Veja e Folha de São Paulo.

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