O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, marcou para esta quarta-feira a audiência requisitada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), junto a líderes partidários para esclarecer dúvidas sobre o rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A ideia, segundo deputados aliados do peemedebista, é discutir o efeito do julgamento da semana passada que, na prática, mandou a Câmara refazer a eleição da comissão criada para analisar o pedido de afastamento e conferiu maior poder ao Senado na análise desse tipo de processo. A Câmara pretende questionar alguns pontos, o que deve ocorrer apenas a partir de fevereiro, quando o Supremo publicar o resultado da sessão.
A movimentação de Cunha, que tem um pedido de afastamento do cargo e do mandato em análise no STF, foi interpretada internamente como mais uma estratégia para pressionar o tribunal.
Ao longo do ano, ministros questionaram a postura de Cunha, que é acusado pela Procuradoria-Geral da República de participação no esquema de corrupção da Petrobras, tendo cometido crime de lavagem de dinheiro. Integrantes do STF reclamaram de audiências marcadas de última hora, que não é usual no tribunal, e, especialmente, de recados que teriam sido transmitidos em tom de ameaça por Cunha para tentar obter decisões favoráveis na Corte.