O presidente do Conselho de Tribunais de Justiça, desembargador Voltaire de Lima Moraes, que também preside o TJ do Rio Grande do Sul, manifestou o seu veemente repúdio pelo assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, ocorrido em plena véspera de Natal, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.
“É intolerável que atos covardes como este acontecimento envolvendo a magistrada no Rio continuem surgindo de forma crescente no Brasil”, disse ele, acrescentando que “é preciso unir esforços de todos os Poderes no combate à violência doméstica contra as mulheres no País”.
O desembargador Voltaire lembrou que o Brasil, conforme o último levantamento do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que foi divulgado pela Associação dos Magistrados Brasileiros no começo deste mês, ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídios, ficando atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
“Isso é inadmissível e requer uma posição firme do Poder Público no sentido de impedir a ampliação destes crimes que, segundo diversos dados de instituições ligadas à Segurança Pública, aumentaram ainda mais durante a pandemia”, concluiu o presidente do Conselho de Tribunais de Justiça.
Ele recordou que o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em junho deste ano, alertou o crescimento de 22% dos casos de assassinatos de mulheres, em 12 Estados brasileiros, no decorrer do isolamento social em função da covid-19.
Crime
A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foi assassinada a facadas na avenida Rachel de Queiroz, na Barra da Tijuca, no início da noite da última quinta-feira (24), véspera de Natal. O autor do crime é o ex-marido dela, o engenheiro Paulo José Arronenzi, que foi preso. A juíza foi esfaqueada na frente das três filhas do casal.
O assassinato foi registrado em um vídeo que circula nas redes sociais. Na gravação, as meninas pedem desesperadamente para o criminoso parar de golpear a juíza.