Nesta terça-feira (26), agentes da Polícia Civil capturaram no bairro Mario Quintana (Zona Norte) um dos líderes da facção criminosa que extorquia comerciantes no Centro Histórico de Porto Alegre, por meio da exigência de “pedágio” para manter as suas empresas em funcionamento. O esquema, com um “quartel-general” na rua Voluntários da Pátria, foi alvo de uma investigação que levou a nove prisões em setembro passado.
O homem, de 25 anos e cuja identidade não foi informada, não havia sido encontrado na época, permanecendo foragido desde então. Ele possui antecedentes por extorsão (chantagem mediante ameaça para obter vantagem financeira) e tráfico de drogas. Um outro líder do esquema participava dos crimes mesmo atrás das grades, como detento na Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas).
Testemunhas relataram que os donos de negócios (incluindo bancas de camelôs) do Centro da cidade que se negassem a contribuir com a “taxa de proteção” (a cobrança girava em torno de valores de até R$ 300 por semana) enfrentavam uma série de ameaças e retaliações. A lista abrangia desde incêndios intencionais até espancamentos.
Em maio de 2019, imagens de câmeras de segurança obtidas pela Polícia chegaram a mostrar a ação de uma dupla que ateou fogo em uma guarita da Galeria Malcon (com entradas pela Rua da Praia e Vigário José Ignácio). O ataque foi cometido para intimidar a administração do prédio, cujos controles de acesso estariam afastando clientes de salas comerciais onde mulheres faziam programas sexuais.
Ameaça ao prefeito
A Polícia Civil indiciou um indivíduo pelos crimes de ameaça e injúria nas redes sociais contra o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior. O fato foi denunciado em julho de 2018.
De acordo com o delegado Marco Antônio Duarte de Souza, da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), a investigação apurou que o autor das mensagens era um professor da rede municipal de ensino. “Após a quebra de sigilo, foi possível coletar elementos que levaram ao indiciamento”, relatou.
Mesmo já passados quase dois anos desde então, a investigação ainda prossegue. O objetivo, segundo a corporação, é verificar o eventual envolvimento de outras pessoas, bem como a ocorrência de outras ameaças contra o chefe do Executivo.
(Marcello Campos)