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Preso, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha reduziu 8 meses da sua pena com curso de mestre de obras e resenha de livros

A Justiça condenou Cunha a 38 anos de reclusão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Preso desde 2016 pela Operação Lava-Jato, o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) conseguiu reduzir em oito meses a pena que tem de cumprir por ter sido condenado a 14 anos e seis meses de prisão no caso que envolve a compra, pela Petrobras, de um campo de petróleo em Benin, na África.
Para conseguir o benefício, o ex-presidente da Câmara dos Deputados fez cursos à distância de mestre de obras e agricultura, escreveu resenhas de livros como “O Estrangeiro”, de Albert Camus, e entregou quentinhas na cadeia.

Com a redução da pena, a defesa de Cunha quer, agora, pedir a progressão para o regime semiaberto, aquele em que o preso pode sair da cadeia para trabalhar ou estudar.

Mesmo que os advogados consigam uma decisão favorável, Cunha não deve sair agora, já que é alvo de mais dois mandados de prisão preventiva em outros processos que investigam corrupção e obstrução à Justiça.

Para comprovar que fez os cursos, o ex-deputado apresentou diplomas do Instituto Universal Brasileiro, que oferece ensino à distância.

Filha

A empresária Danielle Cunha registrou a candidatura a deputada federal com o número que o pai, Eduardo Cunha, usava nas urnas desde 2006 pelo MDB. Danielle tenta conquistar o legado de 230 mil votos que o ex-presidente da Câmara obteve em 2014, a terceira maior votação no Rio de Janeiro.

Ela registrou bens de R$ 2 milhões. O principal deles é um apartamento avaliado em R$ 1,97 milhão. Possui também cotas de capital em três empresas. O sistema da Justiça Eleitoral não fornece a localização do imóvel e nem o nome dos empreendimentos do qual ela é sócia. Em 2014, Cunha declarou bens de R$ 1,64 milhão.

Danielle concorre pela coligação dos partidos do DEM, MDB, PP e PTB, que integram a base do ex-prefeito Eduardo Paes, candidato a governador. A empresária tentará ocupar o espaço do pai no eleitorado evangélico, mas deve enfrentar resistência de políticos religiosos que a acusam de frequentar a igreja só agora, atrás de votos.

A Justiça condenou Cunha a 38 anos de reclusão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Uma parte da pena se refere à acusação de que recebeu propina de empresários em troca de intermediar contratos na Petrobras. Outra sentença aponta que ele embolsou dinheiro, de grandes grupos empresariais, para facilitar liberação de aportes do Fundo de Investimento do FGTS, gerido pela Caixa Econômica.

Agora candidata, Danielle chegou a responder a inquérito junto com o pai, mas não foi denunciada.

 

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