Acionista majoritário da Avianca Holding, Germán Efromovich se declarou inocente da acusação de corrupção da qual é alvo no Brasil. Ele e um irmão estão em prisão domiciliar desde a quarta-feira (20), no âmbito de uma nova fase da Operação Lava-Jato que menciona pagamento de propina para garantir um contrato de construção naval com a Transpetro, unidade de logística da Petrobras.
“Os documentos falam por si e isso tem que cair por causa da gravidade, por seu próprio peso”, declarou em entrevista on-line o empresário de 70 anos, nascido na Bolívia e que também tem nacionalidades colombiana e brasileira. Ele alega que o MPF (Ministério Público Federal) foi induzido a implicá-lo no caso junto com seu irmão. A investigação não tem relação com a empresa área.
Efromovich garantiu que a investigação não tem nenhum impacto ou interferência em seus negócios e afirmou que suas empresas são independentes umas das outras, portanto, continuam operando normalmente. Disse, ainda, que continua buscando retomar o controle do conselho de administração da Avianca.
“A Avianca vai precisar de investidores e nos inscrevemos no processo do capítulo 11 através dos advogados da Avianca em Nova York com um grupo de investidores que está disposto a investir comigo, para que possamos recuperar a Avianca e a deixar forte como eu deixei”, disse o empresário, sem revelar detalhes de quanto investirá.
Ele também anunciou que está disposto a investir no processo de reestruturação financeira na companhia aérea, sob a Lei de Falências dos Estados Unidos. A Avianca, por sua vez, não se manifestou sobre o plano de seu acionista majoritário para voltar a investir na companhia aérea.
Efromovich perdeu o controle da Avianca Holdings em maio de 2019, após deixar de cumprir um contrato de cobertura por um empréstimo de 456 milhões de dólares da norte-americana United Airlines, que por sua vez entregou a administração da principal companhia aérea da Colômbia ao parceiro minoritário Kingsland.
Fundada em 1998, a companhia aérea Avianca lançou algumas semanas atrás um amplo plano de financiamento por credores e acionistas, prevendo uma injeção total de 1,2 bilhão de dólares em novos recursos. O montante não leva em consideração os pagamentos de dívidas já contraídas pela empresa, como parte de seu processo de reestruturação.

