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Pressão de todos os lados

Votação da MP das Desonerações foi adiada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

Ilimar Franco

A votação da MP das Desonerações está de molho. Essencial para o governo, ela foi adiada, por uma semana, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O álibi é o São João no Nordeste. Mas se trata de uma rebelião dos aliados, sobretudo do PMDB. Esse é o último tema relevante para o Planalto. E os governistas não querem votar nada antes da prometida liberação de cargos e verbas.

Temer e Mercadante na mira

A oposição acusa o governo de fisiologismo. Mas o principal aliado do Planalto, o PMDB, está insatisfeito com a sua parte no bolo. Nessa quinta-feira, pela manhã, seus deputados fizeram do ministro Eliseu Padilha um muro de lamentações. As críticas ao ministro Aloizio Mercadante foram intensas. “O Michel [Temer] acerta uma coisa mas quem domina o Diário Oficial é a Casa Civil. Quando o nomeado é um petista sai no outro dia no D.O., mas os de outros partidos são submetidos a uma pesquisa para retardar a nomeação”, afirma um deputado. Alegam que a mesma coisa ocorre com a liberação das emendas. “O Temer promete, mas a área econômica não libera”, reclamam.

Dissidentes

Os senadores petistas Walter Pinheiro e Paulo Paim iniciam campanha nas redes sociais, pelos hashtags: #VoteParaDerrubarVetoFormula85/95, #DigaNaoAoFatorPredenciario e #NaoMP/676 para derrubar o veto ao fim do fator previdenciário.

Goela aberta

Foi o nome do ex-senador Aníbal Diniz ser cogitado para o conselho da Anatel, para que se multiplicasse a a cobiça política pela agência. Os ministros Ricardo Berzoini (PT) e Eliseu Padilha (PMDB) passaram a fazer consultas sobre indicações para as chefias dos escritórios nos Estados. A repartição é procurada também por muitos ex-parlamentares.

Abrir a porta

Proibida de entrar na comissão sobre a redução da maioridade penal, na quarta-feira, sob argumento de que causaria tumulto, a UNE entrou com pedido de habeas corpus no STF para assistir à votação das galerias do plenário.

Quem quer mais?

O PT do Rio articulou uma frente política contra o PMDB local. O motivo de sua ação é a divisão dos cargos federais no Estado. Com o apoio de PSD, PR, PTB e Pros, os petistas criticam a coordenação política do vice Michel Temer. Dizem que ele não agrega os aliados, pois busca garantir os espaços para seu partido, o PMDB.

O público e o particular

No microfone, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), deu apoio à moção contra a agressão sofrida por senadores na Venezuela. Nas conversas, no entanto, o comentário era o de que a oposição conseguiu o carnaval que buscava.

Reforma Política

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, avalia que só há consenso com a Câmara sobre o fim da reeleição. E que a Casa não concorda no caso da cláusula de barreira, do aumento do mandato dos deputados e da redução para os senadores.

Com Amanda Almeida, sucursais e correspondentes

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