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Pressionada por recorde de casos de dengue, a ministra da Saúde diz que a letalidade da doença diminuiu em 2024

Nísia Trindade ressaltou que a taxa de letalidade atualmente está menor do que no ano passado. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nessa terça-feira (16) que apesar de o País ter registrado 3,2 milhões de casos proáveis de dengue neste ano – recorde da série histórica ainda com o quarto mês do ano em andamento – a taxa de letalidade do vírus reduziu neste ano em relação aos índices do ano passado.

Nísia participou de sessão na Comissão de Assuntos Sociais do Senado nessa terça. Na reunião, a ministra apresentou um balanço das ações de sua pasta até o momento. Ao abordar os dados sobre casos de dengue no país, ela ressaltou que a taxa de letalidade atualmente está menor do que no ano passado.

“Os dados de letalidade mostram uma redução em relação ao ano passado, mas o mais importante para nós é evitar essas mortes”, destacou a ministra.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a letalidade de óbito sobre o total de casos prováveis está em 0,04% e em casos graves em 4,12% entre a semana 1 a 15 deste ano, frente a 0,08% e 5,50% no mesmo período de 2023.

Além do recorde de casos, os número de óbitos por dengue neste ano também superaram os registros da série histórica do Ministério da Saúde, que contabiliza 1.345 mortes pelo vírus em 2024.

Confrontada na comissão por parlamentares de oposição, a ministra teve que responder perguntas sobre saúde indígena, aborto, vacinação, casos de dengue, e critérios sobre distribuição de recursos do Ministério da Saúde.

A discussão entre Nísia e o senador Eduardo Girão (Novo-CE) foi o momento mais acalorado da sessão. Girão questionou a ministra sobre os estudos levados em consideração na decisão do Ministério da Saúde pela obrigatoriedade da aplicação da vacina contra a Covid-19 em crianças de 6 meses a 5 anos a partir deste ano.

Em resposta, Nísia explicou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão responsável pela aprovação de vacinas no Brasil, não o Ministério da Saúde, e que o questionamento não tem nenhum respaldo das principais autoridades científicas pelo mundo.

“Portanto, é um desserviço à saúde pública, a quem quer proteger a vida, senador Girão, fazer debates parciais que não tem nenhum respaldo das principais sociedades científicas do Brasil, do mundo e da OMS que colocam em dúvida a vacinação, geram pânico na população e sobretudo geram hospitalizações e mortes”, ressaltou Nísia.

Apesar da pressão da oposição, a ministra contou com o apoio de senadores da base aliada presentes na comissão, que usaram os tempos de seus discursos para elogiar a gestão de Nísia à frente da pasta.

“Já vou passar a palavra para a ministra, mas não sem antes reafirmar aquilo que tenho dito, que é a minha posição pessoal, de importantes lideranças na área da saúde, do nosso apoio integral e incondicional à ministra Nísia Trindade nessa sua condição de coordenar um sistema altamente complexo”, exaltou o presidente do colegiado, senador Humberto Costa (PT-PE) ao abrir a sessão.

Enfrentando uma série de desgastes, a ministra Nísia Trindade recebe apoio do Palácio do Planalto para protegê-la de pressões de partidos da oposição, do Centrão e de alas do próprio PT. Nísia vem recebendo orientação de marqueteiro e treinamento para entrevistas. As informações são do jornal O Globo.

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