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Prévia da inflação desacelera em maio, mas atinge 8,24% em 12 meses

Tombini disse que BC está “totalmente comprometido” a baixar o nível para 4,5% até 2016. (Foto: Marcelo Fonseca/AG)

A prévia da inflação fechou o acumulado em 12 meses, encerrados em maio, em 8,24%, rompendo em quase dois pontos percentuais o teto da meta. Trata-se do maior valor para o período desde janeiro de 2004, conforme informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nessa sexta-feira.

Os preços administrados, que são os controlados pelo governo federal, como combustíveis e energia elétrica, por exemplo, foram os principais vilões da inflação no início do ano. Neste mês, contudo, começaram a dar trégua, porque já passaram pelo seu período de reajuste.

O aumento mais leve nesses preços contribuiu para a desaceleração do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) quando considerado o mês de maio, de 0,60%. Em abril, a alta fora de 1,07%.

O indicador no acumulado do ano continua, no entanto, acima do centro da meta de inflação do governo. Está em 5,23%, enquanto o objetivo é de 4,5%. O IPCA-15 mede a variação de preços no intervalo entre os dias 14 do mês de referência e do imediatamente anterior a ele.

Alta da energia

A energia elétrica teve alta de 1,41% neste mês, muito menos expressiva que o avanço de 13,02% registrado em abril. O resultado forçou a desaceleração do grupo Habitação, que teve acréscimo de 0,85%, após ter subido 3,6% no mês anterior.

O grupo de produtos da categoria Transportes teve queda de 0,45% nos preços. Dentro do segmento, os combustíveis recuaram 0,83% e a gasolina, especificamente, caiu 0,63%.

A desaceleração da economia e a alta do dólar pressionaram para baixo o preço das passagens aéreas, que recuaram 23,61% em maio. Temendo perder passageiros por conta da desvalorização do real, as companhias têm feito promoções.

Economistas já falam que o recuo da economia e o aumento do desemprego farão com que a inflação deste ano possa ser menor do que se espera, principalmente no que diz respeito aos bens de consumo duráveis – móveis e eletrodomésticos – e também para os serviços. Com renda mais baixa, as pessoas tendem a mudar seus padrões de consumo.

Analistas estimam uma inflação de 8% a 8,2% no ano. O grupo Saúde e Cuidados Pessoais foi o que mais pressionou o indicador, com alta de 1,79%. Os produtos farmacêuticos, que são remédios e cosméticos em geral e integram o grupo, subiram 3,71% no período.

Meta

O BC (Banco Central) está “totalmente comprometido” a trazer a inflação para o nível de 4,5% em dezembro de 2016, disse nessa sexta-feira o presidente do órgão, Alexandre Tombini, no 17 Seminário de Metas para a Inflação, no Rio de Janeiro (RJ). “Faremos o que for possível para atingir essa meta.”

“O BC está focado num objetivo, o objetivo explicitado é atingir a meta de 4,5% de inflação, medido pelo IPCA, ou seja, o preço ao consumidor, ao final de 2016, em dezembro”, afirmou Tombini. Ele acrescentou que o trabalho do BC é “justamente evitar que essa inflação se propague para horizontes mais longos, ou seja, para 2016, 17 e 18”, completou. Ressaltou, ainda, que tem visto progresso em relação à expectativa da inflação. Disse que “esse progresso é bem-vindo, mas ainda não é suficiente para atingir a meta de 4,5%”. (G1 e Abr)

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