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Primeiro-ministro do Haiti denuncia tentativa de assassinato

"Eu sabia que estava correndo esse risco", disse Ariel Henry. (Foto: Divulgação)

O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, denunciou na segunda-feira (03), em entrevista à agência de notícias France Presse, uma tentativa de assassinato da qual foi alvo durante as comemorações do feriado nacional do Dia da Independência, realizadas no sábado (1º) na cidade de Gonaïves.

“Tentaram algo contra mim, pessoalmente”, afirmou o chefe de governo haitiano, que dirige o país desde o assassinato do presidente Jovenel Moise, em 7 de julho. “Minha vida está na mira dessas pessoas”, completou.

Confrontos entre a polícia e grupos armados eclodiram no sábado durante as celebrações em Gonaives, a 150 quilômetros da capital do país, Porto Príncipe. Sob rajadas de tiros, Henry e os oficiais presentes foram forçados a deixar apressadamente a cidade onde a declaração de independência do Haiti foi assinada, em 1º de janeiro de 1804.

“Eu sabia que estava correndo esse risco”, confirmou Henry. “Não se pode aceitar que bandidos do entorno, por motivos pecuniários desprezíveis, queiram chantagear o Estado”, criticou, afirmando que integrantes de quadrilhas pediram dinheiro para não atacá-lo durante a sua visita a Gonaives.

Sem um Parlamento funcional há dois anos e com o Poder Judiciário paralisado pela ausência de juízes na mais alta Corte do país, o Haiti mergulha em uma crise de governança que agrava a pobreza endêmica.

O controle crescente das quadrilhas sobre o território nacional reduz a esperança de melhora das condições de vida da população, vítima de sequestros realizados diariamente pelos grupos armados.

Sem equipamentos adequados para enfrentar as quadrilhas, que contam com um arsenal de guerra, a polícia também enfrenta a falta de pessoal, uma vez que muitos agentes deixaram seus cargos em busca de um futuro melhor no exterior.

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