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Prisão de Bolsonaro tem arma anti-drone e controle rígido de acesso: Polícia Federal reforça a segurança na superintendência em Brasília

Bolsonaro permanece sob custódia no prédio da Superintendência Regional, em Brasília (DF). (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso, no último sábado, a Polícia Federal (PF) ampliou o esquema de segurança no prédio da Superintendência Regional, em Brasília (DF), onde ele permanece custodiado. O protocolo inclui vigilância permanente da sala especial ocupada por Bolsonaro, uso de arma anti-drone, checagem de refeições e equipes de prontidão para reagir a qualquer movimentação atípica de apoiadores.

Bolsonaro estava em prisão preventiva na superintendência, mas na última terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou o trânsito em julgado da ação da trama golpista. Na decisão, o ministro ainda determinou que ele siga preso no local para cumprir a pena de 27 anos e três meses determinada pala Corte pela tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral em 2022.

Segundo pessoas envolvidas no monitoramento, não houve, até o momento, identificação de ameaça concreta, risco de resgate ou plano de fuga. A avaliação na PF é que a custódia segue dentro da normalidade, mas o reforço foi intensificado devido à repercussão política do caso e ao fato de se tratar da prisão de um ex-presidente da República.

Uma das medidas de segurança adotadas foi um controle reforçado de quem tem acesso ao local. Apenas servidores e visitantes previamente autorizados podem entrar no prédio, com checagem individualizada do motivo da presença e registro do destino exato de cada um. O objetivo é impedir a aproximação indevida de curiosos ou de funcionários sem vínculo direto com a custódia.

Nesse protocolo, as visitas feitas a Bolsonaro passam por revista eletrônica antes de acessar a área restrita. Até o momento, ele recebeu visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL).

Um ofício da Associação dos Servidores da Polícia Federal enviado ao superintendente e datado de 24 de novembro de 2025, obtido pelo jornal O Globo, confirma que o esquema especial afetou a rotina interna. O documento informa que todas as atividades noturnas, de fins de semana e feriados no Centro de Treinamento e Lazer (CTL) foram suspensas até 7 de dezembro, “em caráter provisório”, para auxiliar nas medidas de segurança. O texto também afirma que os usuários do CTL devem acessar o complexo exclusivamente pela guarita principal, no horário das 8h às 18h, enquanto perdurar o protocolo.

Localizado nos fundos da superintendência, o centro oferece cursos e atividades como natação, futebol e yoga para os servidores da PF.

No corredor que leva ao espaço onde Bolsonaro recebe seus advogados, a PF instalou uma película de privacidade que impede que ele seja visto ou fotografado durante deslocamentos internos ou nos horários de visita.

O setor de inteligência monitora redes sociais, grupos de apoiadores e qualquer movimentação de caravanas que tentem se aproximar da superintendência. No perímetro externo, uma arma anti-drone permanece posicionada para neutralizar eventuais equipamentos aéreos não autorizados.

As refeições entregues ao ex-presidente passam por checagem prévia, medida considerada padrão em custódias sensíveis. O objetivo é descartar riscos de contaminação, sabotagem ou ingresso de objetos proibidos.

Além disso, equipes da PF permanecem de prontidão 24 horas por dia no entorno da cela e no perímetro externo, preparadas para reagir rapidamente a tumultos, tentativas de invasão ou qualquer outro incidente fora do padrão.

Mudança na rotina

Os servidores observaram uma mudança na rotina diante da presença do ex-presidente no local, com alteração de procedimentos. A avaliação é que as mudanças visaram viabilizar a continuidade dos trabalhos com um impacto menor. Todo o serviço já prestado no local, como a área que cuida de controle de armas e produtos químicos, está mantido, mas com alterações de circulação e de acesso à área. As informações são do jornal O Globo.

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