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Prisão de Michel Temer era esperada desde o fim do governo, diz a imprensa estrangeira

Segundo o Guardian, a insatisfação com a corrupção no Brasil ajudou a impulsionar a candidatura de Jair Bolsonaro, que foi eleito no ano passado para assumir depois de Temer. (Foto: Cesar Itiberê/PR)

Segundo reportagem publicada no jornal inglês The Guardian, a prisão do ex-presidente Temer era esperada desde que ele deixou o governo, já que ele não teria mais proteções legais garantidas pelo cargo. “Enquanto ele era presidente, Temer foi acusado de uma série de crimes, incluindo corrupção, extorsão e obstrução da justiça, mas conseguiu evitar procedimentos de impeachment graças a suas alianças no Congresso”, explica o jornal.

A publicação ressalta ainda que o ex-presidente assumiu o poder após o impeachment de Dilma Rousseff, que o acusou de “conspirar” contra ela. A rede BBC diz que a polícia brasileira tentava encontrar o ex-presidente desde a quarta-feira (20), mas que ele só foi preso o. A reportagem também destacou que Temer nega participação em qualquer irregularidade.

Segundo o Guardian, a insatisfação com a corrupção no Brasil ajudou a impulsionar a candidatura de Jair Bolsonaro, que foi eleito no ano passado para assumir depois de Temer.

O britânico Financial Times tem uma pequena chamada na parte superior de seu site, que destaca as últimas notícias: “Ex-presidente do Brasil Temer é preso em conexão com corrupção”. A reportagem afirma que Temer foi preso em conexão com a Lava-Jato e que ele é o segundo ex-presidente a ser detido em investigações de corrupção, após Luiz Inácio Lula da Silva.

O português Diário de Notícias publicou que, depois de Lula, este é o segundo ex-presidente preso por corrupção no Brasil. Na América do Sul, o argentino Clarín explicou que Temer é acusado de ser o chefe de uma organização criminosa que negociava subornos em troca de contratos em obras de uma usina nuclear.

Prisão de Temer

A prisão de Michel Temer é preventiva, ou seja, é uma medida de natureza cautelar decretada pela Justiça – no caso, pelo juiz Marcelo Bretas. Ela é diferente da prisão de Lula porque, no caso do ex-presidente petista, a prisão é uma sanção penal que foi definida na sentença condenatória.

Temer é um dos alvos da Lava-Jato do Rio. A prisão teve como base a delação de José Antunes Sobrinho, dono da Engevix. O empresário disse à Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do presidente Michel Temer. A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de Angra 3.

 

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