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Procurador-geral da República pede à Polícia Federal que apure vazamento de pedidos de prisão contra integrantes da cúpula do PMDB

Janot (foto) pediu a prisão de Calheiros, Cunha, Jucá e Sarney (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao diretor-geral da PF (Polícia Federal), Leandro Daiello, que instaure inquérito para apurar o vazamento das informações sobre pedidos de prisão contra integrantes da cúpula do PMDB na Operação Lava-Jato. Caberá agora à PF decidir se abre ou não a investigação. Os pedidos de prisão foram feitos há cerca de três semanas e ainda estão sob análise do ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).

O procurador argumentou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) agiram para tentar obstruir as investigações. Janot também pediu a prisão do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por entender que mesmo fora do cargo ele continua tentando prejudicar as apurações.

Na semana passada, Janot discursou em evento da Procuradoria-Geral Eleitoral e negou ter vazado as informações. Disse que acusações contra a Procuradoria foram levianas e questionou sobre quem seria beneficiado com a publicação das informações sobre os pedidos de prisão.

Justificativa dos pedidos de prisão

A alegação da Procuradoria de que Calheiros, Sarney e Jucá estariam agindo para barrar a Lava-Jato se baseia, segundo o jornal O Globo, na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Ainda de acordo com a reportagem, os áudios trazem indícios de que os três peemedebistas queriam limitar as investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Na visão do Ministério Público, Calheiros, Sarney e Jucá conspiraram para atrapalhar as investigações da Lava-Jato.

Entre as ações dos três caciques do PMDB nesse sentido estão, segundo a Procuradoria, a tentativa de mudar a decisão do Supremo que prevê a prisão de condenados a partir da segunda instância; a tentativa de mudar a lei para permitir delação premiada apenas para pessoas em liberdade, e não para presos investigados; e também uma pressão dos três para que acordos de leniência das empresas pudessem esvaziar todas as investigações. (AG) 

 

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