O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou na tarde de quarta-feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de afastamento cautelar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo de deputado federal e de presidente da Câmara dos Deputados.
Para a PGR (Procuradoria-Geral da República), a saída é necessária para preservar as investigações contra o parlamentar.
A PGR destacou ao STF que os documentos apreendidos na terça-feira nas buscas realizadas pela Operação Lava-Jato nas casas e nos escritórios do parlamentar do Rio reforçaram as provas que já haviam sido reunidas pelos procuradores da República.
Após a divulgação do pedido de afastamento, Cunha disse que ação da PGR é uma “cortina de fumaça” e que o procurador-geral da República tenta “tirar o foco” do julgamento do rito de impeachment na Corte.
A iniciativa de Janot visa assegurar a continuidade das investigações criminais contra Cunha e evitar que ele use o cargo para “destruir provas, pressionar testemunhas, intimidar vítimas ou obstruir as investigações”. Para a PGR, o afastamento do peemedebista do Legislativo é necessário para garantir a ordem pública, a regularidade de procedimentos contra ele no STF, mas também a normalidade das investigações no Conselho de Ética, onde Cunha é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar.
Procurador-geral da República pede o afastamento de Eduardo Cunha da Câmara dos Deputados

O grupo que auxilia Janot (foto) na Lava-Jato tem trabalhado na finalização do material sobre as delações da empreiteira baiana (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)