A produção da indústria brasileira cresceu 2,5% em julho ante o mesmo mês do ano passado e 0,8% em relação a junho, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse é o quarto resultado positivo seguido do setor e o melhor mês de julho desde 2014, quando a taxa foi de 1,3%.
Nos sete primeiros meses do ano, o crescimento foi de 0,8%. Já no acumulado de 12 meses, houve queda de 1,1%. Na comparação anual (sem ajuste sazonal), foi o maior avanço para julho desde 2013, quando a taxa chegou a 3,4%. Segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do instituto, a indústria vive um quadro de maior ritmo produtivo. “Ainda que o comportamento positivo não recupere as perdas dos últimos dois anos, conseguimos enxergar uma trajetória ascendente”, analisa.
De acordo com o IBGE, a principal influência positiva na comparação mensal veio do setor de produtos alimentícios (2,2%), com o aumento da produção de açúcar, favorecida pelo clima seco na maior parte da região Centro-Sul. O maior processamento da safra de cana-de-açúcar também impulsionou a produção de álcool, com impacto no setor de derivados de petróleo e biocombustíveis.
De acordo com Macedo, a queda no acumulado de 12 meses é o 38º resultado negativo consecutivo na base de comparação. Ele ponderou, no entanto, que “a magnitude desse resultado negativo vem perdendo fôlego. Em junho do ano passado, por exemplo, essa queda era de 9,7%”.
Todas as categorias cresceram
Macedo destacou o aspecto disseminado do crescimento, já que as quatro categorias econômicas da indústria (bens de capital, bens intermediários, bens de consumo duráveis e bens de consumo semi e não-duráveis) apresentaram taxas positivas de junho para julho. Já entre os ramos industriais, houve crescimento em 14 dos 24 analisados.
O pesquisador alerta, contudo, para a base de comparação, que ainda é baixa, tendo em vista a queda de 8,4% no período janeiro-julho de 2016. “Apesar da melhora recente, a indústria ainda é um campo a ser recuperado”, salienta.
Revisão
O IBGE revisou os dados da produção industrial de junho. Ao invés da variação nula (0%) em relação a maio, conforme divulgado anteriormente, houve crescimento de 0,2%. De acordo com André Macedo, a revisão acontece a partir da atualização de dados informados pelos próprios participantes da pesquisa.
Entenda:
Bens de capital
São aqueles usados na produção de outros bens, como máquinas, equipamentos, materiais de construção, instalações industriais.
Bens intermediários
São os comprados de outra empresa para o processo de produção, como uma bobina de aço adquirida de uma siderúrgica para a fabricação de um automóvel.
Bens de consumo duráveis
São aqueles que podem ser utilizados durante longos períodos, como automóveis e geladeira.
Bens de consumo semi-duráveis e não duráveis
Os semi-duráveis podem ser considerados os calçados e as roupas, que vão se desgastando aos poucos. Já os não duráveis são aqueles feitos para serem consumidos imediatamente, como os alimentos. (AG)
