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Promessa de campanha do atual presidente, adoção do dólar como moeda corrente na Argentina, ficará para 2025

Javier Milei disse que descarta uma dolarização da economia antes das eleições legislativas do ano que vem. (Foto: Reprodução)

O presidente argentino Javier Milei disse que descarta uma dolarização da economia antes das eleições legislativas do ano que vem, no primeiro indício de um cronograma para sua mais ambiciosa proposta de campanha.

“Não creio que chegaremos lá antes das eleições legislativas do ano que vem, mas o objetivo continua a existir”, disse Milei à CNN en Espanol em entrevista que foi ao ar no domingo à noite.

Milei já havia dito que a dolarização viria só depois que seu governo limpasse o balanço do banco central e reformasse o sistema financeiro do país, sem sinalizar datas.

O presidente argentino acrescentou que trabalha em uma reforma do sistema financeiro que servirá como passo fundamental para o eventual fechamento do banco central, outro componente do plano econômico de sua campanha.

Ele não deu detalhes sobre a reforma, nem disse quando ocorrerá, mas confirmou sua visão de fechar a autoridade monetária em algum momento.

“Podemos fazer todas as reformas que quisermos, mas se deixarmos o banco central viver, mais cedo ou mais tarde, políticos delinquentes vão usá-lo para roubar o povo”, disse Milei.

O presidente libertário criticou os políticos por roubarem “grosseira e violentamente” os cidadãos, referindo-se à ideia de que a emissão desenfreada de dinheiro pelo banco central colocou a inflação argentina entre as mais altas do mundo.

Colômbia e Argentina divulgaram uma declaração conjunta no domingo à noite de que mantiveram conversações para “superar quaisquer diferenças” e que a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, visitaria Bogotá em breve.

Gestão

Quando perguntado sobre qual a maior conquista do seu governo nos 100 primeiros dias de gestão, Milei destacou ter “evitado a hiperinflação” da Argentina.

Em fevereiro, a inflação no país cresceu 13,2%, chegando a 276,2% no acumulado em 12 meses — a maior do mundo. Apesar da alta, o resultado mostrou uma desaceleração dos preços em relação a janeiro, quando a inflação subiu 20,6%.

O Banco Central da Argentina, um dia antes da divulgação da inflação do país, optou por reduzir a taxa básica de juros de 100% para 80% ao ano, citando que “desde 10 de dezembro de 2023, a situação econômica apresenta sinais visíveis de redução da incerteza macroeconômica”, além de registrar uma “trajetória de queda da inflação no varejo”.

Sobre o futuro, além dos planos com a reforma do sistema financeiro, fechamento do BC e uma eventual dolarização, Milei também ressaltou o objetivo de manter alinhamento comercial com os Estados Unidos.

O presidente já declarou publicamente inúmeras vezes seu apoio e apreço pessoal ao ex-presidente americano Donald Trump, que é candidato à reeleição no país em 2024. No entanto, mesmo que o atual presidente Joe Biden ganhe a disputa pela Casa Branca, Milei disse que isso não será um problema e que manterá uma boa relação com o país.

“Independentemente de quem esteja no comando, e além das minhas preferências, que são públicas, minha prioridade é ser aliado dos Estados Unidos”, comentou. As informações são da agência de notícias Bloomberg e do portal de notícias G1.

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