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Propina de Cerveró e Baiano foi de 54 milhões de reais, diz Justiça

Os detalhes estão na delação premiada de Cerveró, que está colaborando com a Justiça em troca de redução da pena (Foto: Wilson Dias/ABr)

Em sentença, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato, afirmou que ficou comprovado o pagamento de 54.517.205,85 reais em propina sobre contrato de dois navios-sonda da Petrobras ao ex-diretor da estatal Nestor Cerveró (Internacional) e ao lobista Fernando Baiano Soares, ligado ao PMDB, em julho de 2006. Cerveró, Baiano e o operador de propinas Julio Camargo, delator que acusou o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de pressioná-lo por propina de 5 milhões de dólares, foram condenados por corrupção e lavagem de dinheiro.

Cerveró e Baiano estão presos em Curitiba (PR), base da Operação Lava-Jato. “Fixo em R$ 54.517.205,85 o valor mínimo necessário para indenização dos danos decorrentes dos crimes, a serem pagos à Petrobras, o que corresponde ao montante pago em propina provado documentalmente à diretoria da área Internacional da Petrobras e que, incluído como custo dos contratos, foi suportado pela Petrobras. O valor deverá ser corrigido monetariamente até o pagamento. Do valor, deverão ser descontados o montante arrecadado com o confisco criminal”, determinou o juiz.

Reclusão

Cerveró foi condenado a 12 anos, três meses e dez dias de reclusão. Em maio, Moro aplicou cinco anos de pena ao ex-diretor, por lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo no Rio de Janeiro (RJ).

O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava-Jato, que também era acusado na mesma ação, foi absolvido. Baiano, apontado como braço do PMDB no esquema de corrupção que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014, pegou 16 anos, um mês e dez dias de reclusão. Julio Camargo foi condenado a 14 anos de reclusão. Beneficiado pela colaboração prestada à Lava-Jato, ele teve sua pena reduzida para cinco anos em regime aberto. (Julia Affonso, Ricardo Brandt e Fausto Macedo/AE)

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