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Protestos contra golpe militar em Mianmar têm confrontos

Oponentes do golpe de Estado de 1º de fevereiro não acreditam nas garantias e voltaram às ruas. (Foto: Reprodução de TV)

Manifestantes e forças de segurança de Mianmar entraram em confronto nessa segunda-feira (15), em um novo dia de protestos contra o golpe militar sofrido pelo país asiático no começo de fevereiro.

De acordo com a agência Associated Press, mais de 1 mil pessoas protestavam em frente ao Banco Econômico de Mianmar na cidade de Mandalay, a segunda mais populosa do país. Durante o ato, ao menos 10 caminhões repletos de soldados e policiais chegaram para conter os manifestantes. Houve prisões.

As forças de segurança foram fotografadas usando estilingues e cassetetes para agredir o grupo. Há relatos de disparo de arma de fogo contra os manifestantes, mas registros da AP afirmam que poucas pessoas se feriram.

Também houve protestos na capital, Naypyidaw. Os manifestantes se encontraram na frente de uma estação policial para exigir a liberação de estudantes de ensino médio detidos durante os protestos contra o golpe militar.

Militares vêm reforçando a presença nas ruas de Mianmar desde esta manhã. O governo suspendeu leis que limitavam as ações das forças de segurança e proibiu novas manifestações, estabelecendo 20 anos de cadeia para quem protestar — o que não foi suficiente para debelar os protestos nas cidades do país.

As manifestações se intensificaram porque os líderes militares de Mianmar estenderam a prisão domiciliar de Aung San Suu Kyi, principal liderança política do país, até ao menos esta quarta-feira (17). Na data, a vencedora do Nobel da Paz em 1991 deverá ser apresentada a um tribunal. Formalmente, os golpistas acusam a ativista de portar telefones por rádio sem autorização.

Golpe

Em 1º de fevereiro, militares de Mianmar detiveram o presidente birmanês e outras lideranças políticas eleitas para tomar à força o poder. Após o golpe, a junta militar fechou o acesso à internet e a redes sociais e suspendeu voos no país.

O golpe ocorreu sem atos de violência e poucas horas antes da primeira sessão do Parlamento formado nas eleições de novembro, vencida pelo partido NDL, do presidente Win Myint e de Aung San Suu Kyi, vencedora do Nobel da Paz há quase 30 anos e que ainda exerce influência política.

O golpe foi anunciado em uma estação de TV que pertence aos militares. Um apresentador citou a constituição de 2008, que permite aos militares declarar uma emergência nacional. O estado de emergência, disse ele, permanecerá em vigor por um ano.

Rapidamente, os militares assumiram o controle da infraestrutura do país, suspenderam as transmissões de televisão e cancelaram os voos domésticos e internacionais.

O acesso ao telefone e à internet foi suspenso nas principais cidades. O mercado de ações e os bancos comerciais foram fechados. Em Yangon, a maior cidade e antiga capital do país, os residentes correram aos mercados para estocar alimentos e outros suprimentos.

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