A iniciativa do PT de discutir um Plano Nacional de Emergência com propostas alternativas para a retomada do crescimento da economia, como ocorreu na segunda-feira, pode estreitar ainda mais a margem de manobra da presidenta Dilma Rousseff na condução da política econômica de seu governo. A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião do conselho político da presidência do partido, que debateu o assunto, aumenta a relevância das propostas, que pressupõem a convocação de uma Conferência Nacional sobre Política Econômica.
O encontro do diretório nacional da legenda, no final deste mês, dará maior nitidez à dimensão que essa iniciativa poderá assumir. Mas a movimentação dos dirigentes partidários em torno da política econômica já sinaliza que o governo deverá enfrentar uma dose maior de resistência ao programa fiscal em fase de elaboração pelo Ministério da Fazenda, e que passa pela reforma da Previdência e por cortes adicionais nos gastos orçamentários. O ministro da pasta, Nelson Barbosa, desenha também um complexo sistema de bandas de variação da meta fiscal, conforme o nível de arrecadação tributária.
Mais do que isso, as instâncias de decisão do PT, com o apoio de seu principal líder, devem insistir na retomada da orientação que prevaleceu na política econômica do primeiro mandato de Dilma. Segundo informações divulgadas na segunda-feira, ao final da reunião do conselho político, a intenção é a de pressionar o Banco Central para a redução da taxa Selic (taxa básica de juros) e insistir em estímulos adicionais para a realização de obras no País. (Beth Cataldo/AG)