O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto que simplifica a aquisição de cidadania russa para os moradores das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, na Ucrânia. As informações são da agência de notícias russa RIA.
Esse decreto já estava em vigor para quem vivia nas regiões de Donetsk e Luhansk e foi ampliado para novos territórios que estão parcialmente dominados por exércitos russos.
Kherson foi a primeira cidade ocupada pelos russos, em 3 de março, após o início da ofensiva contra a Ucrânia em 24 de fevereiro. Lá o exército instaurou um governo local paralelo, colocando um prefeito não-eleito e pró-Rússia para administrar a cidade. O rublo, moeda russa, se tornou uma das moedas oficiais da cidade.
Um levantamento realizado por um dos principais institutos de pesquisa da Ucrânia apontou que 82% dos moradores do país são contra a cessão de qualquer parte do seu território como parte de um eventual acordo de paz com a Rússia, mesmo que isso prolongue a guerra e ofereça riscos à sua independência.
Visita
Putin visitou nesta quarta-feira (25) o Hospital Militar Central Mandrika, em Moscou, para encontrar, pela primeira vez, soldados russos que foram feridos na guerra na Ucrânia, informou a agência Ria Novosti.
Vestindo um jaleco branco e acompanhado pelo ministro da Defesa, Sergey Shoigu, o líder russo conversou e cumprimentou os combatentes do Exército de Moscou, descrevendo-os como “heróis”.
De acordo com o presidente russo, “independentemente das recompensas que” os participantes de operações militares especiais terão ou não, “estas são pessoas que arriscam sua saúde e suas vidas pelo bem do povo e das pessoas de Donbass, pelo bem da Rússia”.
“Todos os que participam da operação militar especial de defesa do Donbass são heróis e devem ser tratados como heróis”, disse Putin, conforme divulgado pela agência Tass.
Segundo a imprensa local, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, teria dito que Putin demonstra interesse “quanto às condições dos feridos no decorrer da operação especial” e apontou que sua agenda “tornou possível que ele fosse pessoalmente familiarizar-se [com as condições] e, mais importante ainda, falar com os militares”.
A invasão russa à Ucrânia começou no último 24 de fevereiro e já deixou pelo menos 3.974 civis mortos e 4.654 feridos, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).