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“Quando a hora chegar, terei ministério em mente”, diz Temer a jornal

Vice-presidente deu entrevista ao jornal dos EUA "The Wall Street Journal". (Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil)

Em entrevista ao jornal norte-americano “The Wall Street Journal”, publicada nesta quinta-feira (21), o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que, “quando a hora chegar”, terá os nomes para o ministério “em mente”. Nas últimas semanas, Temer tem se reunido com ex-ministros e conselheiros, alguns dos quais foram sondados para assumir cargos do primeiro escalão em um eventual governo Temer.

“Quando a hora chegar, terei um ministério em mente e, só então, divulgarei os nomes”, afirmou ao jornal.
O vice-presidente da Repúbica disse ainda que é “obviamente desagradável” ser acusado pela presidente Dilma Rousseff de chefiar um “golpe de Estado” e defendeu a legalidade do processo de impeachment.

Nesta sexta (22), Dilma participa de cerimônia da Organização das Nações Unidas (ONU), onde deve afirmar, em discurso, que está sendo “vítima” de um golpe no Brasil. Ela embarcou para Nova York, nos Estados Unidos, na manhã desta quinta.

Conforme a reportagem do “The Wall Street Journal”, Temer afirma que essa acusação prejudica a imagem do Brasil no exterior. Na entrevista, o vice-presidente defendeu a legalidade do processo de afastamento de Dilma.

“Cada passo do impeachment está de acordo com a Constituição. Ela agora me acusa de ser o chefe do golpe, o que é obviamente desagradável para mim e para a Vice-Presidência da República”, disse Temer, ao jornal.

Com a ida de Dilma aos Estados Unidos, Temer assume a Presidência até o retorno da petista. “Vou devolver o posto quando ela retornar”, afirmou o vice-presidente, na entrevista.

Conforme assessores ligados a Temer, o vice-presidente se aconselhou nos últimos dias sobre como contrapor a estratégia de Dilma de tentar passar para outros países e para a mídia estrangeira a imagem de que haveria um golpe em curso no Brasil.

Críticas
As declarações de Dilma sobre o processo de impeachment têm sido alvo de críticas de parlamentares da oposição e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Para o ministro Celso de Mello, por exemplo, Dilma comete um “grave equívoco” quando fala em golpe porque a Corte já “deixou claro” que os procedimentos do processo respeitam a Constituição.

A viagem da presidente da República aos Estados Unidos estava prevista desde o mês passado, mas, diante do cenário de crise política, cogitou-se a possibilidade de a viagem ser cancelada. Segundo a Secretaria de Comunicação Social, ainda não há confirmação sobre quando Dilma retornará ao Brasil. (AG)

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