Em um breve pronunciamento na tarde desta quinta-feira (5), o candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu “calma” aos eleitores ansiosos pelos resultados, que ainda não foram definidos dois dias depois do encerramento da votação. Ele afirmou que o importante é que todos os votos sejam contados.
Biden voltou a se dizer confiante na vitória. Na contagem do Colégio Eleitoral, ele aparece na frente de seu adversário, o presidente Donald Trump, com 253 delegados a 214. São necessários 270 para a vitória.
“Não temos dúvidas de que, quando a contagem terminar, a senadora [Kamala] Harris e eu seremos declarados vencedores. Portanto, peço a todos que fiquem calmos. O processo está funcionando”, declarou.
Ao fazer menção ao atraso no resultado do pleito, Biden afirmou que “a democracia às vezes é confusa e às vezes exige paciência”.
O democrata replicou a fala no Twitter e completou: “Mas essa paciência tem sido recompensada por mais de 240 anos de sistema de governo que tem sido a inveja do mundo”.
Nos últimos dias, o atraso na apuração dos votos, os falsos alarmes de Trump sobre supostas fraudes e a nova exposição do anacronismo do Colégio Eleitoral — pois o próprio Biden já seria o vencedor se o critério fosse o voto popular — têm provocado críticas internacionais ao sistema eleitoral americano.
O pronunciamento foi feito de sua cidade, Wilmington, em Delaware. Em tom já presidencial, o candidato abriu sua fala falando sobre os briefings que teve mais cedo com especialistas sobre a crise do coronavírus e lamentou as vidas perdidas na pandemia. Ao todo, mais de 230 mil pessoas morreram da covid-19 no país.
Judicialização
Em desvantagem na corrida pela reeleição, o presidente Donald Trump tem cumprido a promessa de judicializar a votação contra o democrata Joe Biden nos Estados Unidos, mas as investidas têm fracassado nas cortes estaduais até o momento. De três ações para interromper a apuração de votos, nenhuma prosperou. A campanha também havia anunciado que vai pedir recontagem em Wisconsin.
Durante meses, Trump vinha afirmando sem apresentar provas que os votos por correio seriam passíveis de fraude. Por causa da pandemia de coronavírus, Estados ampliaram as possibilidade de votar antecipadamente e mais de 101 milhões de eleitores, um recorde histórico, fizeram sua escolha pelo voto antes do dia 3 de novembro.
Por enquanto, juízes estaduais têm demonstrado pouca inclinação para concordar com as justificativas do presidente em suspender os pleitos, adotando apenas mudanças pontuais quando acham necessárias. Foi o caso, por exemplo, da Pensilvânia, onde Trump aparece pouco à frente de Biden nas projeções, mas o cenário pode se inverter com as cédulas que chegam pelo correio.