Ícone do site Jornal O Sul

Quase 3 mil e 500 profissionais da saúde foram contaminados pelo coronavírus na Espanha

Profissionais da saúde são os mais contaminados. (Foto: Reprodução)

Quase 3500 profissionais da saúde foram contaminados por coronavírus na Espanha

As autoridades espanholas reconheceram neste domingo (22) que mais de 10% do número total de casos de coronavírus no país correspondem a trabalhadores do setor da saúde, que denunciam a falta de material de proteção há dias. O diretor de emergências sanitárias, Fernando Simón, informou em entrevista coletiva que dos mais de 28.500 positivos para coronavírus no país, 3.475 são profissionais do setor da saúde. “Este é um grande problema para o sistema de saúde”, disse ele.

“São o grupo populacional de maior risco, isso é óbvio, e temos que assumi-lo”, acrescentou. A rápida disseminação do vírus pôs em cheque o sistema de saúde espanhol, que enfrenta uma falta de capacidade de atendimento nas áreas mais afetadas, agravada pelas baixas entre os profissionais da saúde.

O governo anunciou no sábado a distribuição de meio milhão de máscaras adicionais para os profissionais e cerca de 800.000 para pacientes e a compra futura de outros oito milhões para profissionais do setor.

No Brasil

O Ministério da Saúde afirmou neste domingo (22) que os primeiros testes rápidos para o novo coronavírus serão importados da China e servirão exclusivamente para diagnosticar profissionais de saúde. O teste será doado, segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, pela mineradora Vale. Os kits são produzidos pela empresa chinesa Wondfo e aprovados pela Comissão Europeia, de acordo com a pasta.

“Esse teste vai ser focado para profissionais de saúde, profissionais da linha de frente, para que a gente não perca essa força de trabalho”, afirmou o secretário de Vigilância, Wanderson Oliveira. No sábado (21), a pasta havia dito que seriam adquiridos 10 milhões de testes rápidos do tipo sorológico, que analisa a presença de anticorpos no sangue, para a distribuição nos estados nas próximas semanas.

A informação era de que seriam utilizados prioritariamente em profissionais de saúde, e que seriam montados postos de testagem “drive thru” para a população geral. A apresentação da pasta diz que a “única e exclusiva utilidade desse teste” será retirar do isolamento profissionais de saúde que estiverem entre o oitavo e décimo dias de isolamento por suspeita de Covid-19.

Esse tipo de teste é o que deve chegar ao país na próxima semana, de acordo com informação do ministério de sábado. O custo informado de cada kit é de R$ 75. Para os casos da população em geral, o ministério diz estar trabalhando para comprar máquinas automatizadas ou semi-automatizadas para então instalar os postos onde pessoas poderão ir a pé, de bicicleta ou veículos para serem testados.

Wanderson afirmou neste domingo que seguirá o modelo sul-coreano de testagem. “O teste é igual ao da Coreia, a pessoa vai passar a pé e vai receber o resultado por aplicativo no dia seguinte”, afirmou. “Para isto funcionar temos que adquirir aquelas máquinas e colocar escala de produção.”

As máquinas citadas são, segundo a pasta, do modelo Cobas 6000, produzido pela Roche, com valor estimados de R$ 2 milhões para compra ou as semi-automatizadas da família QuantStudio da TermoFischer.

O tipo de teste que seria realizado nesse caso é o PCR, que já está sendo utilizado nos laboratórios brasileiros. Mais preciso do que o sorológico, que demora até 10 dias após a contaminação para identificar a doença, este tipo analisa a presença de material genético do vírus no trato respiratório. O ministério, porém, não informou quando a aquisição das máquinas deve ser feita e se a instalação dos postos será de fato viável.

Sair da versão mobile