Rogéria Bolsonaro, ex-mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e os seus pais foram vítimas de um assalto e feitos de reféns durante uma invasão em sua casa em Resende, no interior do Rio de Janeiro, no último domingo, 24. Ex-vereadora carioca, Rogéria é mãe de três filhos do ex-presidente: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Com 65 anos, Rogéria é formada em Publicidade e pós-graduada em Comunicação, Marketing e Administração Empresarial. Os filhos dela com o ex-presidente afirmam que criminosos invadiram a casa procurando o dinheiro que Bolsonaro enviaria. Os ladrões teriam roubado um carro e joias e, de acordo com Eduardo, “sequestrado” seus familiares. Segundo informações da PM, o carro foi recuperado e “as vítimas não ficaram feridas durante a ação criminosa”.
Enquanto ainda era casada com Jair Bolsonaro, que à época atuava como deputado federal, Rogéria foi duas vezes eleita vereadora do Rio de Janeiro. Ela exerceu o seu primeiro mandato de 1993 a 1996 e o segundo, de 1997 a 2000.
No final do seu segundo exercício, Rogéria já estava divorciada de Jair Bolsonaro, processo que foi finalizado em 1999, e acumulava atritos com seu ex-marido.
Em entrevista à revista IstoÉ Gente, em fevereiro de 2000, Bolsonaro disse: “Meu primeiro relacionamento despencou depois que elegi a senhora Rogéria Bolsonaro vereadora, em 1992. Acertamos um compromisso. Nas questões polêmicas, ela deveria ligar para o meu celular para decidir o voto dela. Mas começou a frequentar o plenário e passou a ser influenciada pelos outros vereadores. Eu a elegi. Ela tinha que seguir minhas ideias. Acho que sempre fui muito paciente e ela não soube respeitar o poder e a liberdade que lhe dei”.
A política tentou um terceiro mandato pela capital carioca em 2000, no entanto, foi barrada pelo próprio filho. Carlos Bolsonaro, à época com 17 anos, foi apoiado pelo seu pai e concorreu à Câmara do Rio de Janeiro contra a mãe. Na ocasião, o filho do ex-presidente foi eleito o vereador mais jovem do Rio, com 16.053 votos. Enquanto isso, Rogéria ficou como suplente, com 5.109 votos. Durante a disputa, Bolsonaro até mesmo tentou, sem sucesso, impedi-la de usar seu sobrenome nas urnas.
“Não foi uma eleição de filho contra mãe, mas sim de filho com o pai”, disse Bolsonaro ao Estadão dois dias depois do pleito de 2000. “Para mim, ela já está morta há muito tempo”, complementou o ex-presidente.
Sem o apoio do ex-marido, Rogéria ficou um tempo fora da vida pública, mas resolveu tentar ser vereadora do Rio de Janeiro novamente no ano de 2020, quando Bolsonaro era presidente. Se filiou ao Republicanos para concorrer, mas obteve pouco mais de 2 mil votos e acabou não eleita. Ela decidiu não concorrer novamente em 2024, apesar de ter migrado para o PL, sigla que abriga seu ex-marido e filhos, em 2022.
Apesar de seu ex-marido se manter distante – Bolsonaro não fez campanha para ela em 2020 – Rogéria continua a apoiar Bolsonaro. Em outubro de 2021, ela marcou presença em uma “barqueata”, manifestação com barcos, em apoio ao ex-presidente.
Rogéria também se fez presente na manifestação a favor da anistia para Bolsonaro realizada em Copacabana no começo do mês. Neste dia, a participação de Bolsonaro via telefone foi filmada e divulgada por seu filho, Flávio, o que posteriormente lhe rendeu uma prisão domiciliar, por desrespeitar medidas cautelares. Com informações do portal Estadão.