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Rainha Elizabeth afirma que o Brexit em 31 de outubro é prioridade do governo

A decisão vale para os novos visuais da monarca; ela não vai descartar as roupas com peles de animal que já possui. (Foto: Reprodução de TV)

Sair da UE (União Europeia) é a prioridade do governo britânico, afirmou nesta segunda-feira (14) a rainha Elizabeth 2ª ao abrir as sessões do Parlamento. A declaração vem em um momento crítico, com o prazo de desligamento do Reino Unido do bloco em apenas duas semanas.

“A prioridade de meu governo sempre foi assegurar a saída do Reino Unido da União Europeia em 31 de outubro”, disse a monarca em uma cerimônia na Câmara dos Lordes. “O governo tem a intenção de trabalhar para uma nova associação com a União Europeia, baseada no livre comércio e na cooperação amistosa”, completou, lendo as palavras escritas pelo Executivo.

Como determina a tradição, a rainha de 93 anos apresentou em seu discurso o programa legislativo do governo do primeiro-ministro Boris Johnson, com detalhes para mais de 20 projetos. O programa inclui um endurecimento nas áreas de segurança e imigração, mas o projeto pode ter vida curta ante a incerteza que reina sobre o brexit.

É pouco provável que o Reino Unido e a UE cheguem a um acordo de separação na última reunião de líderes antes da data prevista do brexit – os lados se reúnem em Bruxelas nestas quinta-feira (17) e sexta-feira (18). Embora Boris tenha dito que quer fechar um acordo nesta ocasião, um ministro da Irlanda, país que será fortemente afetado pelo desligamento, disse que “ainda não estamos lá”.

“Um acordo é possível e é possível este mês. Inclusive é possível esta semana, mas ainda não estamos lá”, disse o ministro irlandês das Relações Exteriores, Simon Coveney, ao chegar a Luxemburgo para a reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE.

Independente do resultado da cúpula, o Executivo britânico convocou excepcionalmente o Parlamento para o dia 19. Será o primeiro sábado de sessão em 37 anos e o quinto desde 1939. A última sessão da Casa em um fim de semana aconteceu em 3 de abril de 1982, após a invasão argentina às ilhas Falklands (Malvinas).

Boris prometeu que o país abandonará a UE no final do mês de qualquer maneira, apesar de uma lei que o obriga a solicitar um novo adiamento se, até o dia 19, não alcançar um acordo com Bruxelas ou, ainda mais improvável, receber autorização do Parlamento para um brexit sem acordo.

Neste cenário, o anúncio do ministro das Finanças, Sajid Javid, de que em 6 de novembro apresentará seu “primeiro orçamento” pós-brexit despertou ceticismo na oposição. “Ficaria surpreso se existisse um orçamento para esta data porque [o governo] não sabe se poderá obter a aprovação de suas propostas do brexit na Câmara dos Comuns, onde já não tem maioria”, afirmou um dos líderes trabalhistas, Jon Trickett.

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