O julgamento de Sean “Diddy” Combs chegou ao fim nesta quarta-feira, 2. Combs, o magnata do hip-hop que já comandou um vasto império empresarial, foi condenado por duas acusações de transporte para fins de prostituição após o julgamento de oito semanas.
Mas um júri federal em Manhattan absolveu Combs, 55, das acusações mais graves contra ele, tráfico sexual e conspiração para extorsão, em um caso que acusava o famoso produtor de coagir mulheres a relações sexuais indesejadas com prostitutos, auxiliado por uma equipe de funcionários dóceis.
Mesmo com uma condenação parcial, o resultado é uma espécie de vitória para Combs, que enfrentaria uma possível sentença de prisão perpétua se tivesse sido condenado por outras acusações no caso. A acusação, sob a Lei Mann federal dos Estados Unidos, prevê uma pena máxima de 10 anos.
Acusações criminais
Combs foi acusado de duas acusações de tráfico sexual, uma acusação de conspiração para extorsão e duas acusações de transporte para fins de prostituição.
Caso da acusação
Combs foi retratado como o chefe de uma organização criminosa que “usou poder, violência e medo para conseguir o que queria” nas alegações finais do governo. Um promotor disse que Combs usou violência, controle financeiro e ameaças para manipular suas namoradas e levá-las a sessões de sexo fisicamente extenuantes com homens contratados, enquanto ele se masturbava e filmava.
Caso da defesa
Em suas alegações finais, a defesa de Combs disse aos jurados que as provas do governo contradiziam seu caso. O tribunal reconheceu que Combs tinha problemas com violência doméstica e uso de drogas, mas argumentou que a acusação de que Combs era traficante sexual ou líder de uma organização criminosa era “exagerada”.
O júri
O painel racialmente diverso de oito homens e quatro mulheres é de Manhattan, Westchester e Bronx, e tem idades entre 30 e 74 anos. Um jurado foi dispensado há algumas semanas, após o juiz constatar que ele havia dado respostas inconsistentes sobre sua residência; ele foi substituído por um dos seis suplentes.
Lembre o caso
Diddy foi preso inicialmente sob a acusação de administrar um esquema criminoso que envolvia tráfico sexual, obstrução da justiça, fraude e coerção. No total, o rapper enfrentou duas acusações de tráfico sexual, duas acusações de transporte ilegal para esquema de prostituição e uma acusação de coerção.
O julgamento começou no dia 12 de maio e entrou em sua fase final na semana passada. Combs escolheu não depor, mas sempre se declarou inocente de todas as acusações desde a sua prisão, em setembro de 2024.
O nome de Diddy já estava associado a polêmicas desde novembro de 2023, quando sua ex-namorada, a cantora Cassie, entrou com um processo civil contra Diddy, encerrado com um acordo de 30 milhões de dólares (mais de R$ 168 milhões na cotação atual).
Ela foi uma das pessoas a depor contra o rapper e afirmou que sofreu violências e abusos durante a relação, além de relatar que as chamadas “freak-offs” — como eram apelidadas as orgias organizadas por Diddy, frequentemente regadas a drogas e álcool — se tornaram parte central da sua vida.
Combs declarou-se inocente, argumentando que as mulheres consentiram com esses freak-offs. Sua defesa havia admitido que ele pode ser culpado de violência doméstica, mas não dos crimes dos quais o governo o acusou.
Além de Cassie, o rapper Kid Cud, a cantora Dawn Richard, outras ex-namoradas do produtor e um ex-assistente, entre outros, prestaram depoimentos.