A Receita Federal abriu uma ação para fiscalizar a movimentação financeira do Instituto Lula, fundado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após deixar o Palácio do Planalto. O jornal Folha de S.Paulo apurou que o foco está no relacionamento da entidade com empresas que doaram recursos para manutenção do instituto, especialmente as envolvidas na Operação Lava-Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras. Nessa categoria, aparecem empreiteiras como Odebrecht e Camargo Corrêa.
A Receita quer checar a origem dos recursos destinados ao instituto, como o dinheiro foi gasto e se essas contribuições foram declaradas, tanto pelos doadores como pelo próprio instituto. A investigação partiu de dados da área de inteligência da Receita, que colabora com a Lava-Jato. O instituto foi intimado a apresentar documentos fiscais e informações contábeis. Tinha até o fim do ano para fazer isso. Na terça-feira, entretanto, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, esteve na Superintendência da Receita em São Paulo para pedir a dilatação do prazo, alegando impossibilidade de cumprir o cronograma da Receita por causa das festas de fim de ano. Conseguiu mais 20 dias.
Receita Federal apura doações de empresas ao Instituto Lula

Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto (ao lado do ex-presidente), pedir a dilatação do prazo, alegando impossibilidade de cumprir o cronograma da Receita por causa das festas de fim de ano. (Foto: Rafael Neddermeyer/AE)