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Receita Federal pede quebra de sigilo de ex-ministro e de filho de Lula

Além da quebra de sigilo de Gilberto Carvalho como pessoa física, a Receita Federal ainda solicitou ao MPF a quebra do sigilo fiscal de empresas da família dele, que também foi ministro no primeiro mandato da presidenta Dilma. (Foto: Elza Fiúza/ABR)

Relatório enviado pela Receita Federal ao MPF (Ministério Público Federal)  pede a quebra de sigilo fiscal de Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e das empresas LFT Marketing Esportivo e Touchdown Promoção de Eventos Esportivos, ambas de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente.
Além da quebra de sigilo de Carvalho como pessoa física, a Receita Federal ainda solicitou ao MPF a quebra do sigilo fiscal de empresas da família dele, que também foi ministro no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff. Em nota, o ministro disse “não ter medo de ser investigado e afirmou que irá tomar as providências jurídicas cabíveis”.
Na segunda-feira, em uma nova fase da operação, a PF  fez buscas e apreensões em um endereço onde funcionam as empresas de Luís Cláudio. A Zelotes investiga fraudes em julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), ligado ao Ministério da Fazenda. Esta etapa da operação investiga um consórcio de empresas que, além de manipular julgamentos dentro do Carf, negociava incentivos fiscais a favor de empresas do setor automotivo. As investigações da operação levantaram suspeitas sobre a edição de três medidas provisórias lançadas pelo governo entre 2009 e 2013.

Filho de Lula pede nulidade de busca da Polícia Federal em suas empresas

Filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário Luis Cláudio Lula da Silva apresentou, na quarta-feira, um mandado de segurança junto ao Tribunal Regional Federal pedindo a nulidade da ordem de busca e a restituição imediata de documentos e computadores apreendidos em sua empresa. Na segunda-feira, a Polícia Federal vasculhou nos escritórios da Touchdown Promoção de Eventos Esportivos e LFT Marketing Esportivo, que pertencem ao filho do ex-presidente, durante a deflagração da quarta fase da Operação Zelotes.
Uma das empresas de Luis Cláudio recebeu  2,4 milhões de reais da firma de consultoria Marcondes & Mautoni, suspeita de intermediar o pagamento de propina em troca da aprovação de uma medida provisória que estendeu o prazo de isenção para montadoras de automóveis. Os procuradores José Alfredo de Paula e Raquel Branquinho Nascimento também consideraram suspeitos os valores recebidos pela LFT.
No mandado de segurança, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o filho de Lula, afirma que o MPF (Ministério Público Federal) não apresentou qualquer fato que aponte o envolvimento da Touchdown ou da LFT.
No endereço onde foram realizadas buscas na segunda-feira, funcionam três empresas de Luís Claudio: LFT Marketing esportivo; Touchdown Promoção de Eventos Esportivos: e Silva Cassaro Corretora de Seguros.

Presidente do PT acusa Polícia Federal e Ministério Público Federal de perseguir Lula e sua família

O presidente do PT, Rui Falcão, disse, na quarta-feira, haver uma “perseguição inominável” e uma “manipulação” por parte do Ministério Público, da Polícia Federal, do Judiciário e de “setores da mídia” para incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua família. Falcão chamou de “arbitrariedade” a operação de busca e apreensão conduzida pela Polícia Federal, na segunda-feira, no escritório de Luís Cláudio, filho de Lula, e afirmou que a resolução a ser divulgada na quinta-feira pela cúpula do partido condenará essas ações.
“Tem um monte de tubarão e você vai correr atrás de um peixinho que sequer tem provas contra ele?”, perguntou o presidente do PT, em uma referência aos grandes grupos empresariais investigados pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Para Falcão, o filho de Lula está sendo acusado por uma “coisa transversal”. “Há uma campanha direcionada para atingir o PT, a presidente Dilma e o Lula”, sustentou.
Falcão voltou a denominar como “golpe” da oposição contra o governo da presidenta as acusações contra os petistas. Ele disse que o País ficará “ingovernável” se continuar a defesa, por setores contrários ao governo, do impeachment da presidenta. Segundo ele, foi decidido na reunião da Comissão Executiva Nacional do PT que o partido orientará seus candidatos a prefeito em 2016 a defender o legado dos governos de Dilma e do ex-presidente Lula.

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