O decreto de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciado no fim da tarde de segunda-feira (4), não apenas agitou o cenário político como também acendeu um intenso debate nas redes sociais. De acordo com levantamento da Quaest divulgado nessa terça-feira (5), a repercussão digital foi expressiva e marcada por uma polarização: 53% das menções foram favoráveis à prisão, enquanto 47% se posicionaram contra.
A reação ao decreto, assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, sob o argumento de que o ex-presidente tem feito “reiterado descumprimento das medidas cautelares”, deu-se de forma imediata. Críticos de Bolsonaro celebraram a medida com hashtags como “Grande Dia”, “Bolsonaro Preso” e “Papuda”, que rapidamente ocuparam os assuntos mais comentados do X. O engajamento, embora massivo, se deu de forma espontânea e descentralizada, sem uma liderança digital clara entre os perfis alinhados à esquerda.
Em contrapartida, apoiadores do ex-presidente reagiram com forte organização. Segundo eles, há uma perseguição política, abuso de autoridade e tentativa de “cortina de fumaça” para encobrir denúncias relacionadas ao ministro Moraes — como o caso da investigação “Vaza Toga” — dominaram o discurso. Expressões como “vingança não é justiça” e “ditador de toga” foram amplamente utilizadas nas postagens que criticavam a decisão do Supremo Tribunal Federal.
O estudo, realizado por meio de social listening, coletou dados nas principais plataformas — como X (antigo Twitter), Instagram, Facebook, Reddit, YouTube e sites de notícias — utilizando operadores de busca e palavras-chave relacionadas ao caso. Ao todo, foram identificadas 1,2 milhão menções até as 21h da segunda-feira, geradas por mais de 401 mil autores únicos. A média de alcance por hora chegou a 8,6 milhões de visualizações.
Velocidade da mobilização
Além do volume elevado, a velocidade da mobilização digital chamou atenção. Em menos de três horas após o anúncio da medida, o tema já havia ultrapassado outros grandes acontecimentos políticos recentes em termos de engajamento, ficando atrás apenas da operação da Polícia Federal contra Bolsonaro. As informações são do jornal Correio Braziliense.