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Política Registros desmentem o deputado federal Daniel Silveira sobre ter matado “uns 12” quando era Policial Militar

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Levantamento encontrou 20 registros de ocorrência nos quase seis anos do "soldado Lúcio" na corporação

Foto: Reprodução
Levantamento encontrou 20 registros de ocorrência nos quase 6 anos do "soldado Lúcio" na corporação. (Foto: Reprodução)

Em 2019, o recém-empossado deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) deu entrevista para um perfil que a “Revista Piauí” fazia sobre ele. Sempre se vangloriando, falou um pouco dos quase seis anos que viveu como soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, entre 2012 e 2018 – quando abandonou a carreira para disputar a eleição que o levaria ao Congresso Nacional, em Brasília.

“Não dá para contar quantas vezes acionei o gatilho. Mas não tive desvios de conduta, nunca matei ninguém. Não por erro”, disse rindo. E completou, ao ser questionado quantos matou: “Devo ter o quê?! Uns 12, por aí. Mas dentro da legalidade. Em confronto policial. É sempre em confronto. Já fui alvejado também, patrulhando”, declarou à Piauí.

Um levantamento nos registros de ocorrência foi feito para entender a atuação profissional do policial militar Daniel Lúcio da Silveira, RG 96.970, formado no Cfap (Curso de Formação e Aperfeiçoamento de Praças) de 2012. A pesquisa desmente seu discurso.

Na PM, o Mancha – apelido da adolescência em Petrópolis, onde nasceu – virou soldado Lúcio. Ao longo da carreira, ele jamais matou qualquer opositor em confronto armado. Não há qualquer registro de auto de resistência assinado por ele: zero.

Prisão determinada pelo STF

Um dos principais defensores do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, Silveira foi preso pela Polícia Federal em flagrante na noite de terça-feira (16), no Rio de Janeiro, após divulgar um vídeo no qual fez apologia ao AI-5, instrumento de repressão mais duro da ditadura militar, e defendeu a destituição de ministros do STF — reivindicações inconstitucionais.

A prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi confirmada por unanimidade pelo plenário do tribunal, mantida após audiência de custódia e também em votação na Câmara dos Deputados. Em discurso por videoconferência durante a sessão da Câmara, o deputado disse que se excedeu ao atacar o STF e pediu desculpas.

Carreira como PM discreta

Também não há registro oficial de que o soldado tenha disparado sua arma uma vez sequer. “Para ele ter atirado, tem que ter havido resistência de algum opositor. Se alguém atirou contra o policial, ele teria que ter feito um registro de ocorrência. Se não fez, oficialmente não existiu, ou ele prevaricou”, diz um experiente especialista em segurança pública.

O soldado Lúcio também jamais apreendeu uma arma de fogo. O mais próximo que chegou disso foi no seu último ano de corporação. Em 18 de janeiro de 2018, o soldado e seu companheiro de RP (rádio-patrulha), lotados à época no 15º BPM (Caxias), pararam um carro com três homens.

No porta-malas do Fox, encontraram uma arma de airsoft. Nada de irregular foi encontrado no veículo. O jovem abordado, funcionário de uma empresa de impermeabilização, acabara de comprar a arma em um site de vendas, por R$ 300, para jogar paintball. Explicou isso na delegacia e foi liberado.

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