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Relato de FHC sobre bastidores de seu governo criou incômodo em aliados

O livro de FHC causou desconforto, especialmente em políticos experientes. (Patrícia Santos/AE)

“Para quê ele fez isso?” A pergunta que domina há duas semanas as rodas dos políticos em Brasília tem como alvo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que publicou recentemente o primeiro volume dos seus “Diários da Presidência”, um retrato dos bastidores do poder nos anos em que ele governou o País. O livro causou desconforto, especialmente em políticos experientes, mas também em amigos do líder tucano e economistas renomados que participaram do seu governo.

Logo após a publicação das primeiras reportagens sobre os diários, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), ligou para Fernando Henrique.

Polido, Temer disse que gostaria de desfazer um “mal-entendido”. “O senhor diz que o Luiz Carlos Santos pediu um cargo em meu nome”, iniciou Temer, mas FHC o interrompeu: “Temer, o Luiz Carlos morreu”. Estranhando a reação, o peemedebista disse ao ex-presidente que naturalmente sabia da fatalidade, e emendou: “É que está no livro do senhor”. FHC afirmou que não se lembrava do ocorrido, fez elogios a Temer e ambos desligaram.

Não foi o único reparo. Caciques do PMDB relatam conversas em que o ex-presidente José Sarney classifica o conteúdo do livro de FHC como “desnecessário” e “deselegante”. (Folhapress)

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