O relator do processo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), disse que o peemdebista é o dono e beneficiário das contas na Suíça. Segundo Rogério, Cunha omitiu ter milhões de dólares no exterior para esconder a prática de crimes, como evasão de divisas e recebimento de valores indevidos.
Rogério foi o primeiro a falar na sessão desta segunda-feira (12), que pode levar à cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha.
Para o relator, há “provas incontestes” de que os trustes, dos quais Cunha alega ser apenas o beneficiário, são “meros instrumentos para dissimular evasão de divisas”.
Marcos Rogério afirmou que não há dúvidas da quebra da decoro parlamentar, e a punição da perda de mandato é “perfeitamente adequada, necessária e proporcional”. O representado usou a CPI da Petrobras como palco para tentar barrar as investigações da Lava-Jato. “Mentiu e omitiu informações relevantes para a Câmara.”
O relator do processo disse que a origem do dinheiro de Cunha no exterior, segundo denúncia recebida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é propina decorrente da compra pela Petrobras de um campo de petróleo em Benim, na África.
Marcos Rogério disse que o banco suíço afirma que o patrimônio é de Cunha e que é ele que possui o controle da conta. “Eduardo cunha era tudo, contratante e contratado, era ele quem tinha o controle total. Era ele quem autorizava investimentos.” Segundo ele, a mulher de Cunha também foi usada como “laranja” no caso. (AG)