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Religiosos canadenses são julgados por poligamia. Um deles teve 145 filhos

Winston Blackmore posa com seis filhas. (Foto: AP)

A Suprema Corte do Canadá considerou culpados dois ex-líderes religiosos pelo crime de poligamia. Winston Blackmore, 60, tinha 24 mulheres e soma mais de 145 filhos. Ele era líder da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma dissidência que defende práticas poligâmicas da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

James Oler, 53, também foi condenado no mesmo tribunal canadense – pelo mesmo crime. Ele era casado com cinco mulheres. Nenhum dos dois bispos aposentados da cidade de Bountiful, na província sudoeste canadense, negou ter várias esposas. “Eu sou culpado de viver minha religião e é tudo que irei falar hoje porque nunca neguei”, disse Blackmore após o veredito, segundo a CBC News.

No julgamento, uma das ex-esposas de Blackmore foi testemunha e disse à corte que o líder afirmava que estava apenas “fazendo o que Deus o pediu para fazer”. A juíza Sheri Ann Donegan completou citando que o testemunho era crível, até porque os réus não negaram os atos. “Após 27 anos e milhões de dólares, eles conseguiram provar algo que eu nunca neguei. Eu nunca neguei minha fé”, completou Blackmore.

As investigações sobre poligamia começaram nos anos 90, quando a polícia do Canadá começou a apurar denúncias de múltiplos “casamentos celestiais” (o nome mórmon para o matrimônio religioso) em uma comunidade religiosa isolada. Os casamentos celestiais ficam registrados em um cofre no Texas e não tem nenhuma validação legal.

A poligamia é considerada crime no Canadá, com pena de até cinco anos de prisão. Em 2011, a Suprema Corte considerou que as leis que proíbem múltiplos casamentos não violam os direitos de liberdade religiosa. Já o advogado do ex-bispo, Blair Suffredine, prometeu lançar um questionamento constitucional sobre as leis que proíbem a poligamia.

Tanto Blackmore quanto Oler foram soltos após pagar fiança. Blackmore foi excomungado em 2002 pelo então presidente da Igreja Fundamentalista, Warren Jeffs (hoje cumprindo prisão por relações com menores de idade) e foi substituído por Oler. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, cuja sede fica em Utah, renunciou a poligamia por volta dos anos 1800 e nega qualquer conexão com a dissidência fundamentalista.

Excesso de poligamia

Em janeiro deste ano um pastor muçulmano praticante de poligamia serial morreu aos 93 anos, deixando 130 esposas, algumas delas grávida, e mais de 200 filhos. Mohammed Bello Abubakar morreu após contrair uma doença desconhecida na Nigéria. De acordo com o assistente pessoal do líder religioso, ele teve uma premonição de sua morte pouco antes de falecer.

Em 2008, Mohammed Bello Abubakar foi criticado por outros líderes mulçumanos praticantes de poligamia por causa do número de esposas que tinha. Na época, era casado com 86 mulheres e solicitaram que se divorciasse de 82 de suas esposas dentro de 48 horas. Entretanto, ele se negou a cumprir o pedido.

 

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