O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), propôs ao presidente interino Michel Temer a recriação do Ministério da Cultura. Renan esteve com Temer na noite dessa terça-feira (17). Em café da manhã com senadores nessa manhã, porém, Temer afirmou que estuda no momento somente a retirada da Secretaria Nacional de Cultura do Ministério da Educação para vinculá-la à Casa Civil, o que já daria mais força para a área.
Renan argumentou que fez a defesa da recriação porque o orçamento da pasta é baixo e isso não geraria problemas significativos de caixa para o governo.
“O importante é que contássemos com a simpatia do presidente para a recriação. Contássemos com o apoio do presidente na sanção. Ele ficou de refletir, mas essa mudança pode ser feita no Congresso Nacional e eu me comprometo com esse processo como presidente do Congresso. Extinguir esse ministério, transformando em secretaria, pode significar um retrocesso”, disse o presidente do Senado.
Ele defendeu que é preciso corrigir o “erro” rapidamente. Afirmou que isso poderá ser feito pelo Congresso na tramitação da Medida Provisória que trata da reforma administrativa de Temer. Renan disse que seria importante um gesto do presidente interino de que não vetaria essa proposta.
O presidente do Senado ainda defendeu que, na hipótese da recriação do Ministério da Cultura, uma mulher seja escolhida para comandar a área.
“O Congresso deveria recriar, com a sanção da presidência da República, o ministério da Cultura e, quem sabe, colocar uma mulher com perfil adequado para exercer esse ministério”, afirmou Renan.
Ocupação
Manifestantes contrários à extinção do MinC (Ministério da Cultura) ocupam nesta quarta-feira (18) prédios públicos ligados à pasta em ao menos nove capitais, incluindo Brasília. Os grupos protestam contra a decisão do presidente em exercício, Michel Temer, de transferir as atribuições do MinC para a pasta da Educação, que passa a se chamar MEC (Ministério da Educação e Cultura).
Os atos têm participação de artistas e produtores culturais. No Rio, participaram as atrizes Marieta Severo, Renata Sorrah e o ator Marco Nanini.
Em boa parte das cidades, os locais ocupados são sedes da Fundação Nacional das Artes e do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Os protestos também são contrário ao governo Michel Temer. (AG)
