Um grupo formado por representantes de nove países participa de uma missão por três municípios do interior gaúcho, até esta quarta-feira, a fim de conhecer de perto a produção agropecuária do Rio Grande do Sul. De olho em possíveis ampliações de parcerias, o roteiro é centrado em visitas a propriedades rurais consideradas referências na produção de alimentos em modelo sustentável.
Trata-se do projeto “AgroBrazil”, realizado pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e que conta com o apoio da Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul). A delegação conta com adidos da Europa (França), Ásia (China, Japão e Singapura), Oceania (Austrália), África (Egito e Burkina Faso), Oriente Médio (Irã) e América Latina (Chile).
A ideia é mostrar à missão internacional a qualidade, diversidade e potencial de investimento no que se refere a itens como soja, arroz, leite e vinho produzidos em solo gaúcho, as potencialidades de investimentos:. Nas escalas da turma de estrangeiros, o porto de Rio Grande e as estâncias Santa Maria (Bagé) e Guatambu (Dom Pedrito), última escala.
“Temos visitantes com possibilidades muito diversas em termos de perfil e desenvolvimento”, ressalta o presidente da Farsul, Gedeão Pereira. “Estamos recebendo parceiros comerciais importantes, como a China, que demostra interesse em investir em infraestrutura, além de importadores como Egito, Irã e e outros com potencial de receber nossos produtos, como Austrália, Singapura e Japão”.
A superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, acrescenta que a iniciativa aproxima as expectativas de quem compra e de quem produz: “O Brasil é muito grande e diverso, então precisamos aprender a trabalhar essas diferenças a nosso favor. Existem vários modelos produtivos que atendem a todo tipo de demanda. Em determinados produtos, temos muita qualidade e já somos o estado da arte”.
Ainda segundo Lígia, o Rio Grande do Sul precisa valorizar mais a genética bovina, os lácteos, a produção de frutas e o arroz, por exemplo: “O Brasil se abre cada vez mais ao comércio e isso significa a entrada de novos produtos, por isso é muito importante estar mais perto de nossos compradores”.
Com a palavra, os visitantes
O chinês Changqing Bai chama a atenção para o fato de o Brasil ser um dos principais parceiros comerciais do Brasil e que pontos considerados obstáculos para o País – como a infraestrutura – representam um potencial para a China, que possui o capital e a experiência para investir nesse tipo de empreendimento. Bai destaca, também, que na agricultura há um grande potencial no mercado de frutas.
Já o representante do Irã, Mohsen Shahbazi, fez a ressalva de que, apesar de o país árabe ser um grande comprador de produtos brasileiros, esse comércio muitas vezes passa por companhias internacionais. Torna-se necessário, segundo ele, aproximar-se dos produtores para obter importações mais diretas. Milho, soja, carne, farelo de soja e manufaturados como remédios e ônibus estão na lista de interesse dos iranianos, conhecidos pela fabricação de fertilizantes.
A africana Sonia Ouedraogo, de Burkina Faso, diz que a agricultura do seu país é muito primária, com pouco maquinário. Ela vê a visita como uma oportunidade de conhecer tecnologias que possam ajudar o país a atingir novos níveis de desenvolvimento.
(Marcello Campos)
