Os candidatos à sucessão de Theresa May no comando do Partido Conservador e, por tabela, do governo do Reino Unido e da negociação do Brexit passaram de cinco para quatro nesta quarta-feira (19), após a terceira rodada de votação dos parlamentares do partido.
Após dois adiamentos da data inicial, o Reino Unido deve deixar a União Europeia em 31 de outubro. Veja abaixo as estratégias de cada candidato com relação à saída do bloco.
Dispostos a um Brexit sem acordo
Boris Johnson
Ex-ministro das Relações Exteriores e ex-prefeito de Londres, “Bojo”, de 54 anos, foi um dos grandes apoiadores da vitória do Brexit no referendo de 2016. Quer que o país saia da UE no dia 31 de outubro com ou sem acordo.
Criticou firmemente a estratégia de May na negociação com Bruxelas e acabou deixando a Chancelaria em julho para se tornar feroz rival da primeira-ministra.
Carismático e politicamente habilidoso, Johnson é o favorito dos militantes da base do partido. Os recentes resultados o colocam à frente da disputa ao cargo de premiê britânico.
Sajid Javid
Ex-banqueiro e filho de um motorista de ônibus paquistanês, o ministro do Interior Sajid Javid, de 49 anos, é a cara de um Reino Unido moderno e multicultural.
Ganhou o respeito por lidar com o escândalo sobre o tratamento dos filhos dos imigrantes caribenhos conhecido como a geração Windrush. Pronunciou-se contra o Brexit no referendo de 2016, mas, desde então, defende posições contrárias ao bloco europeu.
Favoráveis a um Brexit com acordo
Jeremy Hunt
O ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, de 52 anos, defendeu a permanência na UE em 2016, antes de mudar de opinião decepcionado pela atitude “arrogante” de Bruxelas nas negociações
Este ex-empresário que fala fluentemente japonês considera que buscar uma saída sem acordo da UE em outubro seria “um suicídio político” para os conservadores no poder.
Michael Gove
Ministro do Meio Ambiente e inimigo jurado dos plásticos descartáveis, este oponente da UE de 51 anos foi um dos mais ferrenhos defensores do Brexit dentro do governo de May.
Ainda assim, Gove está disposto a pedir um novo adiamento do Brexit para evitar uma saída sem acordo no dia 31 de outubro – se a UE aceitar renegociar.
Braço direito de Boris Johnson durante a campanha do referendo, Gove retirou seu apoio quando o ex-prefeito de Londres anunciou que desejava ser primeiro-ministro em 2016 para apresentar sua própria candidatura antes de ser eliminado.
