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Reunião com ministro do MRE leva preocupação do setor vitivinícola com acordo entre Mercosul e União Europeia

Foto: Matheus Andrade

O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e demais entidades do setor têm trabalhado junto aos órgãos governamentais brasileiros para que o Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia não prejudique a vitivinicultura brasileira. Na tarde desta segunda-feira (16), uma comitiva de dirigentes levou essa preocupação ao ministro de Relações Exteriores Aloisio Nunes Ferreira, em reunião realizada em Brasília (DF).

No encontro, que foi intermediado pelo suplente de deputado federal Mauro Pereira, foram apresentados os dados de produção e comercialização nacionais, com ênfase para o aumento de 36% registrado nas importações de vinhos no país, sendo que as importações de vinhos dos países da União Europeia foi de 72% em 2017. “Procuramos mostrar a importância de que Brasil defenda junto à União Europeia a produção brasileira, que preserve a identidade dos nossos vinhos e que as condições para a abertura do mercado não venham a prejudicar o segmento”, explicou o diretor de Relações Institucionais do Ibravin, Carlos Paviani. O vice-presidente do Ibravin, Marcio Ferrari, o diretor executivo do Sindivinho, Gilberto Pedrucci, o dirigente da Asbrasuso, Mario Sergio Cardoso e o negociador chefe do Acordo União Europeia e Mercosul, embaixador Ronaldo Costa, também participaram do encontro. A próxima reunião entre os representantes do Mercosul e União Europeia está marcada para a próxima semana, em Bruxelas, na Bélgica.

Entre os principais itens que estão sendo discutidos está o acordo sobre bens e acesso a mercados, regras de origem, barreiras não tarifárias, medidas sanitárias e fitossanitária e propriedade intelectual, onde se encontra o tema das Indicações Geográficas (IGs).

“Alertarmos aos membros do governo, o fato da União Europeia subsidiar a viticultura com mais de 1,2 bilhões de euros por ano, de deter 60% da produção mundial, além da tradição de mais de dois mil anos na atividade. Por tudo isso, a concorrência não pode ser dada nas mesmas condições”, resumiu Paviani. O dirigente acrescentou que o setor não pode ser considerado moeda de troca, evitando acordos semelhante ao realizado entre o Mercosul e o Chile, que eliminou as tarifas de importação e estabelece uma concorrência desleal que se mantém até os dias atuais.

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