A reunião entre o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, realizada nessa terça-feira (4), teve início em um clima de tensão, mas terminou de forma mais amena, segundo informações de fontes ligadas ao governo estadual ouvidas pela CNN Brasil. O encontro ocorreu após a série de repercussões sobre a operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em mais de uma centena de mortes e levantou questionamentos sobre o cumprimento de decisões judiciais do Supremo.
De acordo com relatos, Alexandre de Moraes iniciou a reunião com cobranças firmes, apontando que as determinações do STF na chamada ADPF das Favelas – ação que estabelece limites e critérios para operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro – não teriam sido integralmente observadas durante as recentes ações de segurança pública. O ministro teria solicitado esclarecimentos detalhados sobre o planejamento, a execução e os resultados da operação, além de questionar o papel das forças estaduais na condução das ações.
Durante o encontro, o governador Cláudio Castro e os secretários de Segurança Pública e das Polícias Civil e Militar apresentaram documentos e relatórios que, segundo eles, comprovariam que as ações seguiram protocolos legais e operacionais. Os representantes do governo estadual também explicaram o contexto da operação e defenderam que o objetivo principal foi o enfrentamento de facções criminosas com atuação interestadual.
Alexandre de Moraes compareceu à reunião acompanhado de seu assessor Wellington Macedo. Pelo lado do governo fluminense, estiveram presentes o secretário de Segurança Pública, Victor Santos; o secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes; o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi; o secretário de Polícia Judicial, Marcelo Schettini; o diretor do Instituto Médico Legal, André Luís Medeiro; o procurador-geral do Estado, Renan Miguel Saad; e o representante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Antonio Edilio.
Fontes que acompanharam o encontro relataram que, ao longo da conversa, o clima tenso foi gradualmente superado. As explicações apresentadas pela equipe de Castro teriam contribuído para reduzir os atritos iniciais e restabelecer um tom de diálogo institucional entre o governo do estado e o Supremo. Segundo a CNN Brasil, a percepção final entre os presentes foi de que a reunião terminou de forma positiva.
Após o encerramento do encontro, Moraes e Cláudio Castro seguiram juntos para um almoço no Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Em seguida, o ministro cumpriu agenda com o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Ricardo de Castro, e posteriormente se reuniria com representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública do Estado. (Com informações do colunista Caio Junqueira, da CNN Brasil)
