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Riscos da pílula anticoncepcional geram polêmica

Polêmica sobe o uso do medicamento repercutiu nas redes sociais e chegou a Brasília. (Crédito: Reprodução)

A esteticista Danielle Fortuna, 30 anos, que teve trombose (coágulo de sangue) aos 18, criou um abaixo-assinado on-line para que os médicos passem a exigir exames que detectem a doença antes de prescreverem a pílula anticoncepcional.

Ela conta que não foi informada, na época, sobre as contraindicações do medicamento durante a consulta com o ginecologista. A polêmica repercutiu nas redes sociais e chegou a Brasília, onde uma audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, discutiu os riscos do uso do remédio para quem tem tendência a trombose. Embora o contraceptivo potencialize as chances de entupimento dos vasos sanguíneos nessas pacientes, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia defende o método contraceptivo e já se manifestou contra a obrigação do exame. Além de caro, argumenta, não teria a capacidade de prever de forma satisfatória os riscos de cada paciente. Na internet, relatos de mulheres que quase perderam a vida por causa do uso inadequado do medicamento têm se proliferado.

“A pílula, para quem tem trombofilia, é uma bomba mesmo. Existem muitos casos de mulheres que não têm histórico na família e têm trombofilia”, alerta Danielle, que já conseguiu recolher cerca de 30 mil assinaturas.
Mas o ginecologista Silvio Fernandes acredita que uma boa consulta médica é suficiente para identificar possíveis riscos. “A gente precisa encarar consulta de contracepção como algo sério, ter tempo para poder conversar com o paciente para saber se pode prescrever. Não existe uma receita de bolo. O médico precisa escutar o paciente e fazer as perguntas que são necessárias para saber prescrever. Cabe ao médico informar sobre os riscos”, afirma. (AG)

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