Ícone do site Jornal O Sul

Rombo no setor aéreo brasileiro chega a 7 bilhões de reais

“A aviação brasileira vai encolher”, disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. (Foto: Reprodução)

As empresas aéreas brasileiras deverão fechar o ano com um rombo de caixa de 7 bilhões de reais, segundo a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). Trata-se de um cenário oposto ao da indústria global, que se prepara para ter lucros recordes de 25 bilhões de dólares. “Além de crise e câmbio, as empresas brasileiras sofrem porque o País não é competitivo. O combustível é um dos mais caros do mundo”, disse Peter Cerda, vice-presidente na América Latina da Associação Internacional de Transporte Aéreo.

As empresas brasileiras sofreram um choque de custos com a alta do dólar, já que 60% das suas despesas estão em moeda norte-americana, como combustível e leasing de aeronaves. Para ter rentabilidade, elas teriam de elevar o preço da passagem, o que não vem acontecendo. O valor pago pelo quilômetro voado na Gol foi 3% menor no terceiro trimestre, de acordo com o banco Morgan Stanley.

As passagens áreas caíram porque o cliente corporativo, que paga tarifas maiores, está viajando menos. Os maiores clientes – o governo, as construtoras, a indústria de óleo e gás e mineração – enfrentam uma grave crise econômica. No curto prazo, as aéreas tentaram substituir esses passageiros por turistas, com preços abaixo do custo do assento.

A visão das empresas é de que isso é insustentável no médio prazo e é melhor voar menos do que operar no vermelho. “A aviação brasileira vai encolher, para manter as empresas em operação”, disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. O setor reagiu com pedidos ao governo. Sanovicz visitou quatro ministérios – Fazenda, Planejamento, Energia e a Secretaria de Aviação Civil. Entre os pedidos, está a revisão do preço do combustível. (Marina Gazzoni/AE)

Sair da versão mobile