O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tentou frear a expectativa do empresariado pela escolha de um candidato único de centro-direita para presidente em 2026 e disse que o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) orientou seus aliados a se apresentarem como opções neste momento. O argumento do político ligado ao agronegócio é que essa definição antes do primeiro turno facilitaria a vida do PT e do governo Lula, direcionando a “máquina pública” contra o adversário meses antes do pleito.
— Eu acho que esse é o momento de colocarmos os pré-candidatos, depois ver qual realmente chega ao segundo turno. Esse que for ungido agora vai entrar dentro de um corredor polonês em que o governo federal vai massacrá-lo e as forças políticas serão inibidas a apoiá-lo — argumentou Caiado.
Declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e às vésperas do julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro insiste ainda em se apresentar como candidato a presidente. Ao mesmo tempo, desfilou em eventos e manifestações ao lado de Caiado e outros três governadores de direita — Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná — antes de ser impedido de comparecer a atos políticos e ter a prisão domiciliar decretada.
Destas alternativas, Tarcísio é quem melhor tem pontuado nas pesquisas de opinião contra Lula. Outra possibilidade é Bolsonaro tentar registrar a candidatura com a esposa, Michelle Bolsonaro, ou um dos filhos como vice da chapa, que seria o responsável por herdar a campanha após a candidatura ser derrubada com base na Lei da Ficha Limpa.
— Amanhã, se o presidente Bolsonaro resolver lançar alguém da família ou resolver declarar o apoio, tudo bem. Respeita-se o processo. Agora, ele mesmo disse a nós aquilo, ou seja, que todos nós saíssemos como pré-candidatos — alegou o goiano.
Para Caiado, não há favoritismo claro entre os pré-candidatos da direita:
— Não tem nenhum nome que seja universal. Tem um candidato com mais influência no centro, no norte, outro mais no sul e no sudeste. Vamos saber quem vai ter mais votação no Nordeste. O primeiro turno é para isso. Eu nunca vi essa tendência de querer pressionar tudo para ser um candidato no primeiro turno — disse antes de citar a força política do União Progressista, superfederação entre o PP e União que tem a maior bancada no Congresso. Com informações do portal O Globo.