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Rondônia confirmou o primeiro caso de sarampo desde 1999

Cobertura vacinal contra o sarampo é a mais baixa desde 2008. (Foto: Reprodução)

A Secretaria de Saúde do Estado de Rondônia confirmou nesta segunda-feira (9) o primeiro caso de sarampo. Um outro caso já testou positivo para a doença, mas aguarda resultado de contraprova, a ser enviado pela Fundação Oswaldo Cruz, para ser oficialmente contabilizado. Rondônia não tinha registros de sarampo desde 1999.

Em entrevista, a diretora da Agência de Vigilância em Saúde do Estado, Arlete Baldez, explicou que os pacientes são uma criança de 4 meses que mora em Porto Velho e uma mulher de 25 anos que vive no município de Vilhena. Ambas estiveram em Manaus, onde há surto da doença.

“Quase 20 anos depois do último registro, surgem esses dois casos de sarampo, decorrentes da epidemia na Venezuela, que está com fluxo migratório para vários países, inclusive o Brasil”, disse. “[O vírus] entrou por Roraima, de lá, foi para o Amazonas e, agora, chegou a Rondônia”, completou a diretora.

Vacinação antecipada

Segundo Arlete, a campanha de vacinação contra o sarampo, prevista para começar em agosto, será antecipada no Estado, com previsão de início para esta terça-feira (10). A capital, Porto Velho, já iniciou a imunização. “Solicitamos ao Ministério da Saúde doses para antecipar a campanha e eles responderam prontamente. Vamos discutir com municípios a estratégia de divulgação e mobilização para que a gente consiga, no menor tempo possível, vacinar o público alvo.”

O esquema vacinal vigente para o sarampo é uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e a segunda dose da vacina tetra viral aos 15 meses. Entretanto, em casos de surto, alguns estados optam por iniciar a imunização aos 6 meses. Adultos com idade entre 20 e 29 anos também devem receber duas doses da vacina tríplice viral. Já os que têm entre 30 e 49 anos precisam de apenas uma dose.

Rio de Janeiro

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro também confirmou nesta segunda-feira dois casos de sarampo. As amostras foram analisadas pela Fiocruz, laboratório de referência do Ministério da Saúde. Outros oito casos estão sendo monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde.

Um dos casos confirmados é o de uma estudante de 21 anos, diagnosticada após a secretaria começar a investigar quatro casos suspeitos na última semana. A estudante afirmou que teve um diagnóstico equivocado no hospital. “Disseram que era zika ou chikungunya”, contou. “Eu estava bem manchada, com febre acima de 39 graus. Cheguei a ter conjuntivite, muita tosse, dor no corpo, principalmente pernas, muita dor no olho e as manchas cocavam bastante. Eles davam dipirona, a febre cedia e me mandavam pra casa. Em duas horas, voltava o ‘febrão’”, explicou a estudante.

A doença

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. Complicações infecciosas contribuem para a gravidade do quadro, particularmente em crianças desnutridas e menores de um 1 ano.

Os sintomas incluem febre alta acima de 38,5°C; erupções na pele; tosse; coriza; conjuntivite; e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal, conhecidas como sinais de Koplik e que antecedem de um a dois dias antes do aparecimento da erupção cutânea.

A transmissão do sarampo acontece de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema. O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início da erupção cutânea.

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