China e Rússia acompanham com o maior interesse os desdobramentos da saída do Reino Unido da UE (União Europeia). Embora ainda seja cedo para avaliar, analistas já veem mudanças no mapa geopolítico mundial. E é exatamente isso o que mais preocupa chineses e russos. A China já havia indicado preferência pela permanência dos britânicos no bloco europeu, enquanto Moscou, embora nunca tenha se manifestado claramente, não esconde certo agrado com o Brexit.
A mídia russa dava a entender que a saída do Reino Unido poderia criar um novo equilíbrio geopolítico, com o enfraquecimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte, ideia que é vista com bons olhos pelo Kremlin. No entanto, há quem diga que o efeito pode ser justamente o oposto e que o Reino Unido pode se tornar ainda mais “atlanticista” do que já era, sem a necessidade de compor posição com os europeus, podendo se aproximar ainda mais dos americanos. Sem os britânicos, que tiveram papel importante na aprovação das duras sanções impostas à Rússia, a União Europeia também poderia ser mais flexível.
Já a China imagina que, enfraquecida, a UE não teria o mesmo peso no equilíbrio geopolítico para contrabalançar a presença americana. Além disso, perderia um importante aliado no bloco.