Ícone do site Jornal O Sul

Saiba como usar cada vez mais a internet no celular e pagar menos

Empresas investem em promoções que oferecem franquia maior de internet e economia de até 50%. Crédito: Reprodução

O consumidor quer navegar cada vez mais na internet do celular, pagando menos. De preferência, com um chip só. Essa é a avaliação de especialistas do mercado de telefonia móvel diante da redução de 1,7 milhão de linhas de todas as operadoras em atividade no País, de maio a junho deste ano. O total equivale à diferença entre os pré-pagos cancelados no período – 2,1 milhões de aparelhos – e o modesto aumento do número de planos pós-pagos. Para não perderem mais clientes adeptos da modalidade pré-paga, as empresas têm investido em planos e promoções com franquia maior de internet e economia de até 50%.

O militar Leonardo dos Santos, 20 anos, tem três chips pré-pagos. Em breve, no entanto, seu objetivo é ter apenas uma única linha. “Os três chips têm promoções, e não dá para ficar sem elas. Mas quero simplificar.”

Segundo Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco – Inteligência em Telecomunicações, em junho, o número de cancelamentos de pré-pagos foi o maior desde 1999, quando a modalidade chegou ao País. “A queda está associada a quem tinha mais de um chip, para falar mais barato, e está abandonando o segundo chip porque hoje há aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. Você fala com todo mundo [por uma linha só]. Sem contar a crise, que leva à redução de despesas. Na hora de reduzir os gastos, o consumidor corta o chip extra.”

As respostas das empresas têm sido rápidas. Desde abril, TIM, Claro, Vivo e Oi lançaram seis pacotes ou promoções para planos pré-pago e controle, que chegam a dobrar a franquia de dados ou liberar o acesso às redes sociais.

As empresas de telefonia reconhecem que o objetivo dos consumidores é reduzir o número de linhas e também os gastos com ligações. “Esperamos que, ao longo do tempo, haja uma diminuição natural do número total de pré-pagos, mas um aumento da receita média por usuário. Nossa estratégia é focar na diferenciação de ofertas de dados, que cresce acelerada”, explicou Rodrigo Abreu, presidente da TIM Brasil.

O risco da migração.

No mesmo período em que 2,1 milhões de linhas pré-pagas foram canceladas, de maio para junho deste ano o número de celulares pós-pagos de todas as operadoras do País (incluindo Oi, Vivo, Claro, TIM e Nextel) cresceu em 462.615 linhas. O aumento se explica, em parte, pela migração da modalidade de recarga de créditos para a de fatura mensal, cujos planos oferecem maior franquia de dados. Na Vivo, por exemplo, no segundo trimestre deste ano, a base de linhas pós-pagas cresceu 13,1% em relação a igual período de 2014.

Em tempos de crise, Dane Avanzi, diretor do grupo Avanzi, ONG de defesa dos direitos do consumidor de serviços de telecomunicações, chama a atenção para o risco de migração para quem não tem um orçamento que comporte despesas maiores com a telefonia móvel. “Somente de janeiro a abril, segundo dados da Serasa Experian, houve um aumento de 39,5% na inadimplência nos serviços de telefonia. É um dado alarmante.”

Em relação ao segmento pré-pago, o especialista diz que não adianta as operadoras investirem em promoções e planos com mais dados, se não tiverem qualidade. O usuário que estiver insatisfeito com o serviço de voz ou de dados pode registrar uma queixa na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pelo aplicativo Anatel Consumidor. Lançada recentemente, a ferramenta pode ser baixada gratuitamente em lojas de aplicativos, em celulares e tablets, com os sistemas Android, iOS e Windows Phone.

Na contramão da queda do número de linhas ativas das quatro maiores operadoras do País, a base de clientes da Nextel cresceu 4,13%, de maio para junho. Embora seja modesto, o percentual representa 82.669 linhas a mais, em apenas um mês. Para Tude, a base da Nextel só não caiu porque a empresa praticamente não atua no segmento de recarga de créditos. (AG)

Sair da versão mobile