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Saiba os motivos de Trump para incluir o presidente da Colômbia e sua família em lista do narcotráfico

Gustavo, Verónica e Nicolás, em foto recente. (Foto: GAI Midia)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocou na lista de indivíduos supostamente associados ao narcotráfico o presidente colombiano Gustavo Petro, seu filho mais velho, Nicolás Petro, bem como a primeira-dama Verónica Alcocer e o ministro do Interior, Armando Benedetti. A decisão foi tomada após várias semanas de tensas trocas de farpas.

Anunciada em meio à crescente campanha militar norte-americana de “guerra às drogas”, que inclui ataques em águas internacionais contra embarcações supostamente controladas por organizações criminosas, a relação já incluiu presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Isso se deu em 2017, ano inicial do primeiro governo do polêmico líder republicano.

“O Tesouro está sancionando o presidente colombiano Gustavo Petro por seu papel no tráfico ilícito de drogas”, afirmou a conta da OFAC na plataforma de mídia social X. A lista é elaborada com apoio do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês),

“Desde que Gustavo Petro assumiu o poder, a produção de cocaína na Colômbia atingiu o nível mais alto em décadas, inundando os Estados Unidos e envenenando os americanos”, acusou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, sem mencionar estatísticas oficiais. “Ele permitiu que os cartéis de drogas prosperassem e se recusou a interromper essa atividade.”

De acordo com um comunicado do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, Petro entrou na lista por “ter se envolvido, ou tentado se envolver, em atividades e transações que contribuíram materialmente para, ou representaram um risco significativo para, a proliferação internacional de drogas ilícitas ou seus meios de produção”.

As autoridades americanas também mencionam que Petro “se aliou ao regime narcoterrorista de Nicolás Maduro”, presidente da vizinha Venezuela.

Por causa das sanções, qualquer propriedade ou interesse de Petro e de outros sancionados nos EUA deve ser reportado ao Ofac.

“Qualquer entidade que seja propriedade, direta ou indiretamente, individual ou conjuntamente, em 50% ou mais por uma ou mais pessoas bloqueadas também está bloqueada”, acrescentou o Departamento do Tesouro.

O comunicado observou que os regulamentos, em geral, também proíbem todas as transações por americanos relacionadas a qualquer propriedade das pessoas sancionadas. A violação das sanções pode resultar em penalidades civis ou criminais para americanos e estrangeiros.

O filho de Petro, Nicolás, a esposa do presidente, Verónica Alcocer, e Benedetti, o Ministro do Interior, foram condenados por “terem fornecido, ou tentado fornecer, apoio financeiro, material, tecnológico ou bens e serviços em apoio a Gustavo Petro”.

Postura titubeante

Após as eleições presidenciais de 2024, nas quais Maduro foi declarado vencedor em resultados contestados pela oposição e por organizações internacionais, o governo de Petro resistiu aos apelos da oposição e de parte da população colombiana para romper relações diplomáticas.

Hoje, Bogotá não reconhece oficialmente o governo Maduro, mas mantém laços com ele, alegando razões como segurança e estabilidade nas fronteiras.

Os regulamentos do Ofac geralmente proíbem todas as transações realizadas por cidadãos americanos ou dentro dos Estados Unidos que envolvam ativos ou interesses dos indivíduos na lista. Esta inclui indivíduos, grupos e entidades sancionados pela Casa Branca e foi criada durante a presidência norte-americana de Bill Clinton (1993-2001) para monitorar e aplicar sanções financeiras e comerciais dos Estados Unidos.

Cocaína

O Departamento do Tesouro argumentou que a cocaína da Colômbia é frequentemente comprada por cartéis mexicanos, que a contrabandeiam para os Estados Unidos. Trata-se de uma substância controlada que representa uma ameaça significativa aos norte-americanos, “apesar da recente comparação leviana de Gustavo Petro entre seu uso e o uísque”, observou o comunicado.

Em 15 de setembro, o governo americano determinou que a Colômbia é um importante país de trânsito ou produção de drogas ilícitas e está “falhando manifestamente” em cumprir suas responsabilidades no controle de drogas. Assim, pela primeira vez em três décadas, os Estados Unidos retiraram o país sul-americano da lista de nações que combatem o narcotráfico.

E o ministro do Interior, Armando Benedetti, declarou à mídia local que a Colômbia suspenderia as compras de armas dos Estados Unidos. (com informações da rede britânica BBC)

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